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Dez corpos carbonizados em uma caminhonete no sul do México

Entre os corpos estão os de três crianças. A polícia do Estado de Oaxaca encontrou também outro cadáver a poucos metros de distância com um tiro na cabeça

Pablo de Llano Neira
Imagem do veículo em que foram encontrados 10 corpos carbonizados.
Imagem do veículo em que foram encontrados 10 corpos carbonizados.EFE

Em uma estrada rural da serra Mixteca, uma região situada no Estado de Oaxaca, cerca de 500 quilômetros ao sul da Cidade do México, de maioria indígena e marcada por um atraso secular, a polícia encontrou neste sábado pela manhã dez corpos carbonizados dentro de uma caminhonete. A alguns metros do veículo havia outro cadáver com um tiro na cabeça.

Até o momento as autoridades não deram nenhuma hipótese sobre a causa do massacre, embora o local dos fatos seja conhecido pelos violentos conflitos de terras que se arrastam há anos em duas comunidades em pé de guerra: Santo Domingo Yosoñama e San Juan Mixtepec.

No caso deste último caso de violência, segundo os primeiros dados difundidos em meios de comunicação locais, os mortos eram de Yosoñama e sofreram uma emboscada dentro dos limites de San Juan Mixtepec quando iam fazer compras no centro urbano mais importante da comarca Tlaxiaco, um povoado de cerca de 20.000 habitantes.

Duas comunidades da região vivem uma disputa por terras há décadas

Entre os mortos na caminhonete há quatro mulheres, uma delas de 74 anos, três homens e três meninos de sete, seis e quatro anos de idade. Especula-se que o cadáver encontrado fora da van seja o do motorista, que teria sido atingido enquanto tentava escapar.

O conflito entre San Juan Mixtepec e Yosoñama remonta há décadas. Segundo os meios de comunicação locais, o problema começou em 1945 com uma controvérsia pela propriedade de 1.740 hectares de terrenos.

De acordo com os dados da Promotoria local da serra Mixteca, nos últimos três anos morreram 10 pessoas por questões relacionadas a esse conflito rural, um deles o ex-prefeito de San Juan Mixtepec, Feliciano Martínez, assassinado a tiros em março último em um caminho da região.

Caso seja confirmada a relação da matança deste sábado com as disputas locais, o número de mortos em três anos pelo velho conflito entre Yosoñama e San Juan Mixtepec ascenderia para 21.

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