Pence, o ultraconservador que pensou em ser padre e candidato a vice de Trump
O companheiro de chapa de Trump se declara “cristão, conservador e republicano”
Mike Pence, companheiro de chapa de Donald Trump na disputa pela Casa Branca, sempre teve grandes aspirações. “Inclusive, em seu último ano de colégio já falava com seus colegas em ser presidente algum dia”, disse em 2013 Debbie Shoultz, que deu aulas de oratória a Pence num colégio católico no Estado de Indiana.
Pence, 57 anos, governador de Indiana e cristão evangélico, nasceu em Columbus (Indiana) no seio de uma família humilde. Neto de imigrantes irlandeses, foi o primeiro de seis irmãos a nascer nessa cidade, para onde a família se mudou de Indianápolis por causa do trabalho do seu pai em uma empresa de petróleo.
Depois de frequentar o colégio St. Columbia, Pence estudou História na Universidade de Hanover. Lá, contou sua mãe, Nancy, em 2013, “Mike entrou em uma profunda transformação espiritual e chegou a considerar seriamente ser padre”. Apesar de ter recebido uma educação católica na infância, Pence se converteu ao evangelismo durante o período universitário. Em seguida, estudou Direito na Universidade de Indiana, onde se formou em 1986.
Em 1987, o pai do Pence, Ed, “ficou muito zangado”: seu filho anunciou à família que se candidataria a deputado federal. Ed Pence não entendia a vontade do seu filho de entrar para a política.
Rejeita taxativamente o aborto, é contrário a restringir o uso das armas e prega um Governo pequeno
O jovem Pence fracassou duas vezes nas urnas e decidiu trocar as ambições políticas por um programa de rádio, decantando-se por uma paixão jornalística que tinha tido desde a época da escola. O atual governador usou seu programa, de quase três horas diárias, para consolidar suas opiniões políticas e expor sua fervorosa crença na família, na religião e numa visão política conservadora. Depois de dirigir um laboratório de ideias conservador em Indiana, voltou a tentar a política, desta vez com mais sorte.
Com 12 anos de experiência na Câmara de Representantes (deputados), Pence se define como um “cristão, conservador e republicano”, nessa ordem. Seus ideais políticos se alinham com a ala ultraconservadora do Partido Republicano. Rejeita taxativamente o aborto, é contrário a restringir o uso das armas e prega um Governo pequeno e pouco intervencionista.
Pence é um dos autores da Lei Patriota, aprovada no Governo de George W. Bush, que amplia o acesso do Governo a dados pessoais de cidadãos, como medida de segurança após os atentados de 11 de setembro de 2001.
O jovem Pence fracassou duas vezes nas urnas e decidiu trocar as ambições políticas por um programa de rádio
O governador não é um entusiasta do casamento entre homossexuais e, quando parlamentar, votou contra numerosas propostas voltadas a questões ambientais.
Apesar de acostumado a se alinhar com o discurso republicano de rejeição à imigração ilegal, em dezembro passado se distanciou de Trump ao qualificar de “ofensiva e inconstitucional” a proposta do magnata de proibir a entrada de muçulmanos no país. Entretanto, poucos meses depois solicitou a suspensão das chegadas de imigrantes sírios a Indiana até que o Governo federal garanta que todos passaram por um exaustivo controle de segurança.
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