Thomas Piketty vai assessorar o programa econômico do Podemos
O economista francês integrará um comitê internacional de especialistas
O economista francês Thomas Piketty vai integrar um comitê internacional de especialistas que prestará assessoria ao partido espanhol Podemos no desenvolvimento de um programa econômico para as eleições gerais da Espanha. “Piketty colocou sobre a mesa um problema econômico fundamental: a desigualdade”, afirmou Pablo Iglesias em Paris, onde se reuniu na segunda-feira com o autor do best seller internacional O Capital no Século XXI e com o responsável pelos temas econômicos do partido, Nacho Álvarez
O Podemos anunciou em comunicado que Piketty vai trabalhar no desenvolvimento de políticas para combater a desigualdade e medidas de democratização na zona do euro. Piketty colocou a desigualdade no centro do debate na Europa e nos Estados Unidos e, por isso, o secretário geral da formação adiantou que seu trabalho será importante para o plano que deseja apresentar.
O comitê de especialistas “continuará crescendo com economistas de todo o mundo”, afirmou Iglesias. O partido prepara, por exemplo, um plano de renda assegurada para os lares “que foram mais atingidos durante a crise”, de modo que “não haja nenhum lar espanhol abaixo da linha da pobreza”.
Álvarez disse que o plano incluirá uma reforma do mercado de trabalho e uma mudança na fiscalização e na tributação “para permitir que o Estado atue como elemento redistribuidor, a fim de melhorar a distribuição de renda”.
Piketty explicou que apoia o Podemos porque considera que o partido é uma “esperança de democratização” para a zona do euro, além de uma possibilidade de “mudar o equilíbrio político” na Europa. O partido espanhol, de orientação política à esquerda, surgiu após uma mobilização popular iniciada em 2011 com o Movimento dos Indignados (também conhecido como 15-M) e se tornou um fenômeno na Espanha. Com apenas dois meses de vida, conquistou cinco cadeiras no Parlamento Europeu.
“A crise financeira que vem do setor privado dos EUA se transformou numa crise europeia da dívida pública”, disse Piketty, lembrando que “precisamos de uma refundação democrática da zona do euro”.
“Na Espanha agora se fala do crescimento, mas o nível da atividade econômica, do PIB, é quase 10 pontos inferior ao de 2007. Com uma década perdida não se pode estar satisfeito”, afirmou o economista francês. Piketty também defendeu uma “atitude diferente sobre a dívida pública” e disse que no passado houve “reestruturações importantes”, também a favor da Alemanha. Segundo ele, “é uma loucura” pensar que o crescimento será relançado pedindo-se mais austeridade à Grécia e ao sul da Europa.
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