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Enfermeira espanhola testa negativo para ebola pela primeira vez

Teresa Romero será submetida a um segundo exame para confirmar se está livre do vírus

Apesar do teste, Teresa Romero não vai receber alta.
Apesar do teste, Teresa Romero não vai receber alta.

A enfermeira Teresa Romero teve resultado negativo no mais recente exame realizado para detectar o vírus do ebola em seu sangue, de acordo com Teresa Mesa, porta-voz da família. O comitê científico que coordena a resposta à crise ainda não comunicou o resultado. Falta uma segunda análise para confirmar, mas, se o resultado negativo se repetir, o caso poderia ser considerado praticamente encerrado. Apesar do teste, ela não vai receber alta. A auxiliar de clínica está com os pulmões muito afetados, ainda que as últimas informações indiquem que ela já pode ficar sem as máscaras de oxigênio. Além disso, faz apenas três dias que ela começou a se alimentar pela boca.

Romero continuará sob observação por ao menos mais três semanas (os 21 dias de incubação do vírus) para assegurar que a infecção não se reproduzirá. Só então será considerada curada.

A mulher está há duas semanas internada no complexo hospitalar La Paz-Carlos III, onde chegou em 6 de outubro. Seu caso tem sido especialmente complicado do ponto de vista da saúde pública, uma vez que começou a sentir os sintomas (febre e fraqueza física) em 30 de setembro, e esteve por uma semana levando vida normal antes de ser hospitalizada, de forma que teve contato com várias pessoas. Quinze delas, incluindo seu marido, seguem internadas em observação no hospital Carlos III, mas nenhuma apresentou sintomas da doença. Assim como Romero, elas vão cumprir três semanas desde que foram expostas, e, se a situação permanecer igual, poderão receber alta esta semana.

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Também estão hospitalizados três homens: um paciente que usou a mesma ambulância que levou Romero de casa para o hospital de Alcorcón e um passageiro que chegou ao aeroporto de Madri oriundo da Nigéria com febre -provavelmente por causa de malária-, ambos no Carlos III, e um trabalhador da Cruz Vermelha, em Tenerife. Os três aguardam os resultados de seus segundos exames (um PCR que detecta o material genético do vírus) para confirmar o resultado negativo dos primeiros testes.

Romero é a primeira pessoa com ebola a se curar na Espanha. Os outros dois casos da doença no país, de missionários da ordem de São João de Deus que foram repatriados após adoecerem na Libéria -Miguel Pajares e Manuel García Viejo-, morreram.

Não há uma explicação única para o fato de a enfermeira ter superado a doença. O surto atual tem uma taxa de mortalidade de 70%, o que quer dizer que em Guiné, Serra Leoa e Libéria, com mais de 9.000 casos e 4.500 mortes por ebola registrados, um em cada três afetados se cura, e isso apesar da precariedade dos serviços de saúde dos países. Além disso, Romero recebeu tratamentos experimentais simultaneamente (plasma de um paciente que superou a doença e um antiviral), de forma que não se pode determinar qual de todas as medidas foi a que permitiu a cura de Romero e nem em qual medida cada uma delas contribuiu.

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