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Nova York e Nova Jersey declaram estado de emergência por inundações da tempestade Ida

Pelo menos 43 pessoas morreram devido às fortes chuvas nesses dois Estados da Costa Leste. Biden afirma que o fenômeno alerta para a ameaça das mudanças climáticas

Pelo menos nove pessoas morreram devido às fortes chuvas nesses dois Estados da Costa Leste.
Pelo menos nove pessoas morreram devido às fortes chuvas nesses dois Estados da Costa Leste.JUSTIN LANE (EFE)
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Un hombre toma fotos en el borde del lago Pontchartrain antes de la proximidad del huracán Ida en Nueva Orleans, el domingo 29 de agosto de 2021.
A passagem do furacão Ida nos Estados Unidos, em imagens
A man passes by a section of roof that was blown off of a building in the French Quarter by Hurricane Ida winds, Sunday, Aug. 29, 2021, in New Orleans. (AP Photo/Eric Gay)
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(FILES) In this file photo taken on August 15, 2020 smoke rises from an illegally lit fire in Amazon rainforest reserve, south of Novo Progresso, Para state, Brazil. - Brazil will not be able to accomplish the goal of reducing deforestation in the Amazon in a 10% in the period between August, 2020 and July, 2021, admitted on August 2, 2021 Brazilian Vice-President Hamilton Mourao, chief of the National Council of Legal Amazon (CNML). (Photo by CARL DE SOUZA / AFP)
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A tempestade tropical Ida, na noite desta quarta-feira, já deixou pelo menos 43 mortos nos Estados de Nova York e Nova Jersey e provocou inundações e tornados de tal magnitude que os governadores desses dois Estados da Costa Leste e as autoridades municipais de Nova York declararam estado de emergência ainda na noite de quarta. Trombas d’água no meio de uma forte tempestade elétrica, assim como vários tornados, causaram estragos nos estados de Nova York e Nova Jersey, interrompendo o transporte público e a atividade no aeroporto de Newark em Nova Jersey, bem como inundando várias casas. A catástrofe é o primeiro teste decisivo para a governadora de Nova York, Kathy Hochul, 10 dias após assumir o cargo. Em mensagem, o presidente do país, Joe Biden, considerou a gravidade do ocorrido um sério alerta sobre as ameaças das mudanças climáticas. “Tempestades extremas e mudanças climáticas estão aqui”, alertou. O “novo normal” meteorológico foi definido por Hochul. O Governo federal ofereceu assistência emergencial para avaliar os danos.

O presidente Joe Biden afirma que o fenômeno alerta para a ameaça das mudanças climáticas. As enxurradas na megalópole resultaram na retirada dos passageiros da rede de metrô e na suspensão quase total do serviço ferroviário regional e inter-regional. As autoridades de Nova York proibiram também a circulação de todos os veículos, exceto os de emergência.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, justificou o estado de emergência, medida inédita até agora devido a um fenômeno meteorológico, definindo as chuvas torrenciais como um “acontecimento climático histórico”. O estado de emergência afeta 20 milhões de pessoas só nesta metrópole e nos condados vizinhos. Segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos, esta é a primeira vez que se declara uma medida desse alcance por causa de inundações reiteradas na capital cultural do país, apesar de que, em outubro de 2012, o furacão Sandy se abateu também sobre Nova York.

Do Blasio pediu à população que não saia de casa. “Por favor, não saiam à rua nesta noite e deixem que os serviços de emergências façam seu trabalho. Se você está pensando em sair, não faça isso. Não saia de metrô. Não saiam à rua. Não dirijam em meio a águas tão violentas. Fiquem dentro dos lugares”, disse no Twitter.

Muitos moradores da cidade registraram a gravidade das inundações em insólitas fotos e vídeos divulgados nas redes sociais. Neles, veículos passam flutuando pelas avenidas de Nova York, sobretudo nos distritos do Brooklyn e Queens, pessoas andam com a água na altura dos joelhos, e autênticas cascatas nos tetos de várias estações de metrô, enquanto os trens continuam circulando, embora já sem os passageiros, que tinham sido retirados. Outras pessoas relataram nas redes sociais que em algumas casas a água entrou pelas janelas e inundou porões.

As enchentes atingem uma ampla zona que vai do oeste da Pensilvânia até o norte de Nova Jersey. Na cidade de Passaic, neste último Estado, pelo menos uma pessoa morreu devido às inundações, disse o prefeito Héctor Lora à CNN. A rede NBC informou que outra pessoa havia morrido em Nova Jersey e sete, inclusive uma criança de dois anos, na cidade de Nova York, várias delas ao ficarem ilhadas em seus porões alagados pelas chuvas torrenciais de quarta à noite.

O prefeito de Passaic disse que o corpo do homem de 70 anos que morreu nessa localidade já foi recuperado do carro onde trafegava e que foi arrastado pela água. O veículo dos bombeiros que tentava fazer o resgate também foi arrastado pela correnteza, por isso foi muito difícil chegar até o cadáver, noticiou a CNN.

Um veículo atravessa uma rua alagada no Brooklyn.
Um veículo atravessa uma rua alagada no Brooklyn. ED JONES (AFP)

Também os tornados gerados pela tempestade Ida arrasaram partes de Pensilvânia e Nova Jersey, conforme mostraram imagens divulgadas nas redes sociais. Pelo menos nove casas foram destruídas em Mullica Hill (Nova Jersey), segundo o canal NBC10 de Filadélfia. O aeroporto Newark Liberty, de Nova Jersey, informou pelo Twitter por volta de meia-noite que as operações seriam retomadas “de forma limitada”, após a suspensão dos voos no final da tarde. Na Filadélfia, o serviço meteorológico emitiu uma advertência de tornado.

O furacão Ida, depois rebaixado a tempestade tropical, já tinha provocado a morte de sete pessoas na Costa Leste —sem contar as nove vítimas da quarta-feira—, deixando fortes chuvas e graves inundações à sua passagem. O sistema deve avançar nesta quinta-feira em direção à Nova Inglaterra. O presidente dos EUA, Joe Biden, viajará nesta sexta-feira à Louisiana, onde o Ida tocou terra no domingo com ventos de mais de 200 quilômetros por hora, destruindo numerosos edifícios e deixando um milhão de lares sem eletricidade. O Ida foi um dos furacões mais poderosos dos últimos anos, e o quinto mais grave nos EUA desde que há registros.

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