Comissão que investiga ataque ao Capitólio dos EUA questiona papel de Trump no episódio
Comitê da Câmara, com maioria democrata, solicita documentação a sete órgãos federais. Pediu inclui material de inteligência como os do FBI e do Pentágono
O comitê da Câmara de Representantes (deputados) que investiga a invasão do Capitólio em 6 de janeiro solicitou nesta quarta-feira os registros detalhados dos movimentos e reuniões do então presidente Donald Trump naquele dia. O grupo, uma espécie de CPI de maioria democrata, solicitou uma série de documentos a sete órgãos federais para apurar o ataque ao Congresso perpetrado por uma turba de seguidores do republicano com o objetivo de bloquear a nomeação de Joe Biden como presidente. Os membros da comissão também pediram informações sobre a organização e financiamento de comícios de Trump onde foi mencionada a possibilidade de bloquear ou retardar a transferência de poder ao democrata.
“Nossa Constituição prevê uma transferência pacífica de poder, e esta investigação busca avaliar as ameaças a esse processo, identificar as lições aprendidas e recomendar leis, políticas, procedimentos, regras ou regulamentos necessários para proteger a nossa República no futuro”, afirmou nesta quarta-feira o deputado democrata Bennie Thompson, presidente do comitê seletivo (ou seja, com menos atribuições de uma comissão que fosse competente para investigar e legislar).
Nas cartas que enviou aos órgãos federais para solicitar informação, Thompson alegou que a investigação vai além do que ocorreu no dia da invasão. O comitê pediu os registros das “comunicações dentro da Casa Branca e entre esta e as agências do Poder Executivo durante o período anterior a 6 de janeiro e naquele dia”, além de material que revele “o conhecimento do ex-presidente sobre os resultados das eleições e o que comunicou ao povo norte-americano sobre as eleições”. O líder da minoria na Câmara de Representantes, o republicano Kevin McCarthy, criticou as ações da comissão, acusando-a de fazer um trabalho “mais político” em detrimento de um inquérito independente.
Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$
Clique aquiOs membros da comissão solicitaram aos Arquivos Nacionais todos os documentos da Casa Branca fornecidos a Trump e ao seu chefe de gabinete, Mark Meadows, que fizessem alusão a “uma eleição roubada, roubo da eleição ou eleição ‘forjada’”. Também pediram dados ao FBI, ao Pentágono, aos Departamentos de Segurança Nacional, Interior e Justiça, entre outros órgãos federais. Os legisladores procuram material “relacionado com a inteligência recolhida antes de 6 de janeiro sobre acontecimentos que poderiam ocorrer naquele dia”.
A comissão cogita também pedir às empresas de telecomunicações e redes sociais que conservem os registros de “várias centenas de pessoas”, incluídos alguns parlamentares. Thompson observou que o grupo pretende examinar todo o material que for necessário para explicar o que aconteceu no dia do ataque. Essa CPI está composta por 11 democratas e 2 republicanos. Os congressistas democratas tentaram formar uma comissão independente —com maior poder de ação e composta pelo mesmo número de democratas e republicanos—, mas os republicanos bloquearam a iniciativa no Senado.
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