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Tempestade tropical Elsa deixa mais de 200.000 desabrigados em Cuba

Ciclone se dirige à Flórida após assolar a ilha caribenha no pior momento da pandemia do coronavírus

Tormenta tropical Elsa
Pescadores inspecionam suas embarcações depois de retiradas da baía de Havana para evitar danos com a passagem da tempestade tropical Elsa, nesta segunda-feira.Ramon Espinosa (AP)

A tempestade tropical Elsa, a quinta da atual temporada de ciclones no Atlântico, atingiu na segunda-feira o centro e oeste da ilha de Cuba com chuvas fortes e ventos regulares de até 100 quilômetros por hora no seu caminho em direção à Flórida. Desde domingo se sentia sua influência nas províncias orientais de Cuba, deixando pelo menos 200.000 desabrigados no país e numerosos danos em lavouras e áreas costeiras, mas sem causar mortos. A chegada da tempestade Elsa ocorreu em meio à pior onda da epidemia de coronavírus na ilha, depois de cinco dias de recordes sucessivos de infectados, com cifras superiores a 3.000 casos diários ―uma situação que mantêm os hospitais e os centros de isolamento em um estado de grande tensão.

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Muitos destes centros de isolamento são justamente os lugares onde as autoridades costumam alojar pessoas que vivem em áreas inundáveis, por isso desta vez muitos foram orientados a se refugiar na casa de amigos e parentes até o final da tempestade. Outro problema adicional é o grave desabastecimento que afeta Cuba e obriga as pessoas a fazer grandes filas nas lojas para conseguirem artigos de primeira necessidade, além de impossibilitar o estoque de mantimentos nos lares.

Elsa foi o primeiro furacão desta temporada, embora tenha perdido força ao entrar em Cuba pela localidade de Ciénaga de Zapata, na costa sul da província de Matanzas, por volta de 14h desta segunda (15h em Brasília). Por isso o sistema foi rebaixado à categoria de tempestade tropical, mas as chuvas trazidas por ele causaram inundações e transbordamento de rios. Diversos povoados do centro da ilha ficaram isolados pelas fortes precipitações, sobretudo nas áreas montanhosas da serra do Escambray.

O Elsa deixaria Cuba na noite desta segunda-feira pela costa norte, perto de Havana, com direção às ilhas Key da Flórida. Por causa da aproximação da tempestade, as autoridades do condado de Miami-Dade decidiram demolir no domingo o que restava do prédio residencial de 12 andares que desmoronou parcialmente em 24 de junho na localidade de Surfisde. A instabilidade na parte ainda em pé do edifício Champlain Towers South, onde pelo menos 25 pessoas morreram e mais de 100 permanecem desaparecidas, eram uma ameaça às equipes de busca e resgate que atuavam nos escombros.

O Elsa se formou na quarta-feira em frente às ilha de Barbados, no sudeste do Caribe, e alcançou a categoria de furacão durante o fim de semana ao passar pelas ilhas da região, tornando-se o primeiro fenômeno deste tipo na temporada. Na República Dominicana, um jovem de 15 anos morreu na região de Bahoruco pela queda de um muro, e uma mulher de 75 anos faleceu pelo desabamento da sua casa em Bani, conforme o Instituto Nacional de Medicina Legal (Inacif). A Agência Caribenha de Gestão de Emergências por Desastres (CDEMA, na sigla em inglês) notificou uma terceira vítima em Soufriere. O resto da região reportou danos urbanos e na agricultura, sem outras vítimas mortais.

A temporada de 2020, que terminou em novembro passado, já foi a mais ativa do século XXI. A quantidade de tempestades e furacões identificados esgotou os nomes da lista anterior das autoridades, que precisaram então recorrer ao alfabeto grego. Neste ano, espera-se que a temporada seja igualmente ativa, por causa da mudança climática e do aquecimento da superfície dos oceanos. A aceleração do processo entre o La Niña e o El Niño produzirá mais fenômenos no Atlântico.

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