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Polícia da Nicarágua invade casa de pré-candidata da oposição com mandado de prisão

Governo de Daniel Ortega acusa a oposicionista Cristiana Chamorro de lavagem de dinheiro para impedir sua participação nas eleições de novembro

Polícia da Nicarágua se concentra em frente à casa da candidata oposicionista à presidência Cristiana María Chamorro Barrios, em Manágua, que está sob ordem de prisão.
Polícia da Nicarágua se concentra em frente à casa da candidata oposicionista à presidência Cristiana María Chamorro Barrios, em Manágua, que está sob ordem de prisão.JORGE TORRES (EFE)
Wilfredo Miranda Aburto
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La candidata a la presidencia de Nicaragua, Cristiana Chamorro, el día viernes 21 de mayo, cuando fue citada a la Fiscalía General de la República a una entrevista por el presunto delito de lavado de dinero.
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A polícia da Nicarágua entrou na quarta-feira na casa da candidata da oposição à presidência Cristiana María Chamorro Barrios, com um mandado de prisão. A operação policial aconteceu minutos antes de a candidata dar uma entrevista coletiva para expressar seu repúdio ao bloqueio judicial de sua candidatura presidencial, decidido na terça-feira. O Governo de Daniel Ortega recorreu a uma denúncia do Ministério Público por suposta lavagem de dinheiro para torpedear a participação política da principal líder oposicionista e a que mais simpatia provoca entre a população, segundo as pesquisas.

“A doutora Karen Chavarría Morales, nona juíza do Distrito Penal de Audiência de Manágua, expediu neste 2 de junho o mandado de busca e prisão contra Cristiana María Chamorro Barrios”, informou em um comunicado a assessoria de imprensa do Poder Judiciário da Nicarágua, “acusada dos crimes de gestão abusiva, falsidade ideológica em concurso real com o crime de lavagem de dinheiro, bens e ativos, em prejuízo do Estado da Nicarágua e da sociedade nicaraguense”. “O pedido de detenção foi solicitado pelo Ministério Público na denúncia apresentada neste dia 1º de junho no tribunal de justiça da capital, no qual também se solicitou a tramitação complexa do caso e da medida cautelar de prisão preventiva da acusada”, conclui.

Chamorro Barrios, filha da ex-presidenta Violeta Barrios de Chamorro, que governou o país entre 1990 e 1997, está dentro de sua residência, localizada no sul de Manágua, enquanto dezenas de policiais estão dentro da casa. Na porta, os policiais tentam bloquear o trabalho da imprensa.

Carlos Chamorro, irmão da candidata e diretor do portal Confidencial —que também foi atacado pelo regime nas últimas semanas— denunciou a “operação policial ilegal” na casa da irmã em sua conta do Twitter.

O Ministério Público da Nicarágua acusou na terça-feira Chamorro Barrios de vários crimes e solicitou sua inabilitação para ocupar cargos públicos “por não estar no pleno gozo de seus direitos civis e políticos por encontrar-se em um processo penal”. O caso de lavagem de dinheiro contra Chamorro se deve a sua condição de ex-diretora da Fundação Violeta, organização não governamental que encerrou suas atividades em fevereiro para evitar ser submetida à Lei de Agentes Estrangeiros promulgada pelo regime, normativa que criminaliza doações e financiamento de meios de comunicação. A Fundação Violeta era uma referência na defesa e na promoção da liberdade de imprensa na Nicarágua, país onde esse direito fundamental é sistematicamente atacado pelo Governo.

De acordo com o regime de Ortega, “a Fundação Violeta Barrios de Chamorro para a Reconciliação e a Democracia descumpriu gravemente suas obrigações perante o Órgão Regulador e da análise das Demonstrações Financeiras do período 2015-2019 foram obtidos claros indícios de lavagem de dinheiro; razão pela qual o Ministério do Interior informou o Ministério Público para a investigação correspondente”.

A inabilitação de Chamorro foi divulgada horas depois que a filha da ex-presidenta compareceu à sede do partido Cidadãos pela Liberdade (CxL) para se inscrever no processo interno deste partido com vista à escolha de um único candidato da oposição. A dissidência só tem essa casa na cédula eleitoral para se medir a Ortega nas eleições de novembro, eleições que não gozam de credibilidade nem de competitividade.

Na sexta-feira, o resultado da pesquisa Cid Gallup colocou Chamorro em primeiro lugar entre os oposicionistas, com 21% dos votos, tornando-se a candidata com mais chances de arrebatar o poder de Ortega, o caudilho da Frente Sandinista, que busca sua terceira reeleição consecutiva. Depois de governar entre 1979 e 1990, ano em que foi derrotado por Violeta Chamorro, voltou ao poder em 2007 e preside o país desde então.

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