Biden: “Temos a primeira vice-presidenta dos EUA. Não me digam que as coisas não podem mudar”
Em um pronunciamento de 25 minutos, o novo presidente reconheceu os problemas que os Estados Unidos atravessam, apelou à unidade e lançou uma mensagem ao mundo
Em seu primeiro discurso como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden se baseou em algumas das palavras que marcaram sua corrida rumo à Casa Branca: verdade, decência e respeito. Com elas pretende unir um país profundamente golpeado pela crise do coronavírus e que vive um momento conturbado após os quatro anos da presidência de Donald Trump, que dividiram os norte-americanos e culminaram na invasão ao Congresso por parte de alguns de seus partidários, em 6 de janeiro.
Em seu pronunciamento de 25 minutos, o 46º presidente reconheceu os enormes desafios que tem pela frente e pediu aos norte-americanos que trabalhem juntos para vencê-los. Estes são os principais momentos do seu discurso de posse:
“A democracia prevaleceu”
Biden começou sua mensagem com uma homenagem à democracia, que saiu vencedora do ataque ao Congresso em 6 de janeiro. “Aprendemos novamente que a democracia é valiosa, a democracia é frágil, e neste momento, amigos, a democracia prevaleceu.” O novo presidente também reconheceu a necessidade de combater o supremacismo branco e o terrorismo nacional. “Vamos derrotá-lo”, declarou.
Aos não apoiadores: “Serei o presidente de todos os norte-americanos”
O democrata também quis lançar uma mensagem a todos os norte-americanos não o apoiaram. Embora tenha sido o candidato mais votado na história do país, com mais de 81 milhões de sufrágios, 74 milhões de outros cidadãos optaram por seu rival Donald Trump. “A todos os que não me apoiaram, permitam-me lhes dizer o seguinte: ouçam o que tenho a dizer à medida que avançamos e, se ainda estiverem em desacordo, isso é a democracia, estes são os Estados Unidos”, afirmou. “Comprometo-me com o seguinte: serei o presidente de todos os norte-americanos. Lutarei pelos que me apoiaram e pelos que não me apoiaram.”
“Voltarei a unir os EUA , e peço que se unam à causa”
Como vem dizendo desde o início da campanha eleitoral, seu principal objetivo como presidente será voltar a unir o país e “curar” as feridas da divisão, que se agravaram nos últimos quatro anos. “Temos muito a fazer neste inverno sombrio, muito a reparar, muito a restaurar, muito por construir e muito para ganhar”, disse. “Porei toda minha a alma nisto, em voltar a unir os Estados Unidos e o nosso povo. E vou pedir a todos os norte-americanos que se unam a mim nesta causa.”
“Lideraremos pelo exemplo”
O presidente está consciente de que o ataque ao Congresso dos Estados Unidos gerou preocupação em nível internacional e quis mandar uma mensagem de calma. “O mundo está olhando. Os Estados Unidos viveram um teste e saímos mais fortes”, afirmou Biden. “Lideraremos pelo exemplo”, prometeu.
“Temos a primeira vice-presidenta dos EUA. Não me digam que as coisas não podem mudar”
Biden também aproveitou seu discurso para reconhecer àquela que será seu braço-direito no Governo, a vice-presidenta Kamala Harris, a primeira mulher a ocupar esse cargo na história, e também a primeira pertencente a uma minoria racial. “Aqui estamos onde há 108 anos, em outra posse, centenas de manifestantes tentaram impedir que mulheres corajosas marchassem por seu direito de votar. Hoje celebramos a posse da primeira mulher no gabinete da vice-presidência. Não me digam que as coisas não podem mudar”, afirmou.
Homenagem às vítimas do coronavírus: “Sairemos desta juntos”
O mandatário pediu alguns segundos de silencio em homenagem às vítimas do coronavírus nos Estados Unidos, que na terça-feira chegaram a 400.000. Foi um momento simbólico que, junto com a homenagem da noite anterior no espelho d’água do Monumento a Lincoln, representa uma ruptura com o ex-presidente Trump, que nunca dedicou palavras em memória das vítimas de uma pandemia que golpeou profundamente os Estados Unidos. “Sairemos desta juntos, juntos”, insistiu o novo mandatário.
“Há mentiras que se dizem para conquistar o poder”
Ao final de seu discurso, o presidente defendeu a verdade em um momento em que esta se encontra “sob ataque” por causa de narrativas conspiratórias e da criação das chamadas verdades alternativas. “Existe a verdade e existem as mentiras, mentiras que são ditas para conquistar poder e benefícios”, refutou o presidente.
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