Mulher de 90 anos é a primeira pessoa do Reino Unido a receber vacina contra covid-19 após testes
País começa a administrar o produto da Pfizer, e o ministro da Saúde espera que o imunizante de Oxford também seja autorizado nas próximas semanas
Uma mulher de 90 anos se tornou nesta terça-feira a primeira pessoa do Reino Unido a receber de maneira oficial, e não em fase de testes, a vacina contra a covid-19 fabricada pelo laboratório farmacêutico Pfizer e a empresa de biotecnologia BioNTech, em um marco do programa de vacinação que começou nesta terça-feira no país.
Margaret Keenan, que foi vacinada no Hospital Universitário de Coventry, afirmou à BBC que se sentia “privilegiada” por ser a primeira vacinada fora dos programas de ensaios clínicos. A imunização dela se tornou parte de uma manobra preparada minuciosamente pelo Governo de Boris Johnson para convencer os britânicos mais céticos sobre a necessidade de se imunizar quando chegar a sua vez. Keenan, que vestia uma camiseta com os dizeres “Feliz Natal”, declarou: “Se posso injetar isso aos 90 anos, qualquer um pode”.
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Os tabloides conservadores do Reino Unido contribuíram para o entusiasmo ao batizar esta terça-feira como “Dia-V” (V de vacina, mas também o histórico V de vitória). O segundo paciente a receber a vacina foi, curiosamente, William Shakespeare, um homem de 81 anos da localidade de Warwichshire.
Os maiores de 80 anos e os profissionais da saúde e de cuidados a pessoas vulneráveis serão as primeiras pessoas a receberem a inoculação dentro da campanha de vacinação britânica. Problemas logísticos, como evitar roubos e manter congeladores a -70° C, impediram que o tratamento começasse nos asilos de idosos. Durante os primeiros dias, 50 hospitais distribuídos por todo o país (sete deles em Londres) começarão a administrar as injeções.
O Reino Unido se tornou na quarta-feira passada o primeiro país do mundo a autorizar o uso da vacina do consórcio Pfizer/BioNTech, depois que seus criadores anunciaram que ela tem uma eficácia de 95% contra a covid-19. O Governo de Johnson encarregou 40 milhões de doses, suficientes para imunizar 20 milhões de cidadãos (30% da população).
Em termos de vacinação em massa, a Rússia iniciou antes sua campanha. Moscou começou no sábado a sua inoculação nacional, que usa a vacina Sputnik V. As autoridades da capital russa estão priorizando o pessoal de saúde, ensino e proteção social , considerado dentro de grupos de alto risco. Nos próximos dias, conforme ordenado pelo presidente Vladimir Putin, parte das regiões russas e outros grupos populacionais se juntarão ao grupo. Na Rússia, quarto país do mundo com o maior número de casos (2,4 milhões), o vírus está se espalhando a uma taxa recorde nesta segunda onda. A vacinação é gratuita e voluntária para os cidadãos russos.
Trabalho pela frente
O Ministro britânico da Saúde, Matt Hancock, mostrou-se “emocionado” nesta terça-feira com o começo da vacinação. Entretanto, explicou que ainda “há muito trabalho por fazer”. Hancock estima que até o final de março todos os grupos vulneráveis recebam a vacina, e espera que na próxima semana o país obtenha uma nova remessa de doses, segundo declarou à Sky News.
O titular da pasta calcula que a vacinação nos asilos poderá começar antes do Natal, e que “nas próximas semanas” se autorizará também o uso do imunizante de Oxford. “Teremos em conta a redução de casos e de mortes para começar a suspender restrições”, acrescentou.
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Clique aquiPelo Twitter, o premiê Johnson também agradeceu aos cientistas que trabalharam na elaboração da vacina, aos voluntários que participaram dos ensaios e a todos os profissionais do sistema de saúde.
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