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Michael Bloomberg injeta 100 milhões de dólares na campanha de Biden na Flórida

O bilionário vai concentrar seus esforços em garantir a vitória democrata num dos estados decisivos para as eleições presidenciais de 2020

Antonia Laborde
Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.
Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.Patrick Semansky (AP)

Michael Bloomberg, um dos homens mais ricos do planeta, prometeu gastar o que for necessário para tirar Donald Trump da Casa Branca. O magnata ― ele próprio um ex-aspirante democrata à presidência na atual disputa ― anunciou a doação de pelo menos 100 milhões de dólares para a campanha de Joe Biden na Flórida, no sul dos EUA ― um dos mais importantes Estados-pêndulos, aqueles capazes de definir a eleição, segundo os cálculos de alguns especialistas. A distância entre Trump e Biden nunca chegou a ser ampla por lá, mas nas últimas semanas foi se ajustando, e a liderança do democrata sobre o republicano não supera 3%, segundo a média das pesquisas.

A Flórida, onde a comunidade latina representa 23% da população, começará a votar por correio em 24 de setembro. O objetivo de Bloomberg é aparecer na maior quantidade de televisões e anúncios digitais para estimular os eleitores a utilizarem esse sistema e o façam assim que possível. Diferentemente de outros Estados decisivos, como Michigan e Pensilvânia, a Flórida apura os votos postais antes do dia da eleição geral, em 3 de novembro. Se houver uma mobilização maciça para o voto por correio, o ganhador nesse território crucial poderá ser conhecido poucas horas depois do fechamento das urnas.

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Trump criticou o anúncio de Bloomberg e, fiel ao seu estilo, insultou-o pelo Twitter. “Achei que o Mini Mike tinha desistido da política democrata depois de gastar quase dois bilhões de dólares e logo depois de ter o pior e mais inepto desempenho em um debate na história da política presidencial”, escreveu o presidente norte-americano, que sugeriu ao empresário que agiria melhor se “salvasse” Nova York, a cidade da qual Bloomberg foi prefeito entre 2002 e 2013.

A maior vantagem aberta por Biden sobre Trump nas pesquisas da Flórida foi no final de junho, com 7,4% de vantagem. Agora é de apenas 2,6%. As pesquisas mostram que a preferência pelo democrata se manteve bastante estável, mas que os apoios ao mandatário cresceram nos dois últimos meses.

Entre em 24 de março e 11 de setembro, a campanha de Biden gastou cerca de 10 milhões a mais que a de Trump em anúncios televisivos na Flórida, segundo dados de uma consultoria de monitoramento democrata citada pelo The Washington Post. Os republicanos confiam no histórico eleitoral da Flórida. O magnata imobiliário venceu ali em 2016, embora antes o democrata Barack Obama tenha ganhado duas vezes. Nas eleições legislativas de 2018 os republicanos também venceram, ainda que de forma apertada, numa campanha intensa, centrada em cortejar os exilados anticastristas e antichavistas.

Entre novembro e março, Bloomberg gastou mais de um bilhão de dólares em sua frustrada campanha presidencial. Quando se retirou da disputa, com pouquíssimos apoios, transferiu quase 20 milhões em dinheiro vivo ao Comitê Nacional Democrata, junto com os imóveis que havia alugado para servirem de comitê. Desde que Biden se tornou o candidato oficial, Bloomberg se dedica a injetar milhões de dólares em sua campanha, embora agora os esforços estejam mais focados. Uma vitória de Biden na Flórida, o maior dos Estados-pêndulos, com 29 votos no Colégio Eleitoral complicaria significativamente o caminho de Trump para alcançar os 270 votos necessários para assegurar um segundo mandato. O último presidente republicano a chegar à Casa Branca sem a Flórida foi Calvin Coolidge, em 1924.

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