William e Harry se reencontram para inaugurar estátua de Diana
Princesa completaria 60 anos nesta quinta-feira. A imagem de bronze, instalada nos jardins do palácio de Kensington, em Londres, simboliza a última época de Diana, que aparece rodeada de três crianças
Bastaram poucos minutos depois da apresentação pública da nova estátua da princesa Diana de Gales para que a obra virasse motivo de polêmica nas redes sociais. Os príncipes Harry e William voltaram a se encontrar cara a cara para inaugurar o monumento à mãe deles, que completaria 60 anos nesta quinta-feira. Foi um ato íntimo e com público muito reduzido, no jardim Sunken do palácio de Kensington. O escultor Ian Rank-Broadley conseguiu manter os trabalhos em segredo durante quatro anos. Este artista foi responsável também pela efígie da rainha Elizabeth II que aparece em todas as moedas britânicas.
“A estátua busca refletir o calor humano, a elegância e a energia de Diana, princesa de Gales, assim como seu trabalho e o impacto que provocou na vida de muita gente”, disse o Palácio de Kensington em nota. A princesa é retratada com uma blusa simples, uma saia tubinho e o cabelo curto que a caracterizava, rodeada de três crianças de raças diferentes, simbolizando “o impacto geracional e universal das suas tarefas”. Alguns usuários das redes sociais criticaram a escassa semelhança da estátua com a homenageada, e outros reclamaram do tom “vinde a mim as criancinhas” que o artista procurou. Mas a obra agradou em cheio a dezenas de fãs que, desde o começo da manhã, rodeavam o palácio com todo tipo de souvenirs, homenagens e objetos relacionados à princesa do povo. Uma série de retratos a óleo colocados junto à grade fazia que, em comparação, a obra de Rank-Broadley fosse um exemplo de hiper-realismo extremo. As restrições pela covid-19, o desejo da família de que o ato fosse muito íntimo e a apropriação pela mídia de uma história que já não desata a histeria maciça que despertou na época da sua morte, em 1997, fizeram com que as câmeras de TV posicionadas em volta do palácio chamassem mais a atenção que a concentração curiosos.
Se o primeiro alvo da curiosidade era a estátua propriamente dita, o segundo — e talvez mais esperado — era o reencontro dos dois irmãos, William e Harry, que não se viam desde o funeral do duque de Edimburgo, avô deles, em 17 de abril. Cada vez que os filhos de Lady Di se encontram, surgem especulações sobre o possível início de uma reconciliação. Alguns comentaristas já queriam vê-la quando saíram juntos naquela ocasião da capela de Saint George, no castelo de Windsor. Pouco depois, o historiador da família e autor do livro Battle of brothers (“Batalha de irmãos”), Robert Lacey, dizia no Daily Mail, citando testemunhas do encontro, que a reunião acabou com uma nova discussão acalorada. “Todos os dias, gostaríamos que ela continuasse conosco, e nossa esperança é que esta estátua seja vista como um símbolo de sua vida e seu legado”, disseram William e Harry em um comunicado conjunto. “Recordamos seu amor, sua força e sua personalidade, qualidades que fizeram dela uma força para o bem em todo o mundo, melhorando a vida de inumeráveis pessoas”, acrescentaram.
Harry e William compareceram desacompanhados das suas respectivas esposas, Meghan Markle e Kate Middleton. Tampouco estiveram presentes a rainha e o príncipe Charles, que foi casado com Diana. Era praticamente um ato da família Spencer. Estavam lá os irmãos do Lady Di, Charles Spencer, Sarah McCorquodale e Jane Fellowes; o escultor Rank-Broadley e o paisagista responsável pelo redesenho do jardim favorito de Diana quando vivia em Kensington, Pip Morrison. A administração plantou 200 rosas de cinco variedades, 100 miosótis, 300 tulipas e 500 plantas de lavanda, entre outras espécies, para criar um novo espaço que será acessível ao público a partir desta sexta-feira.
Como antecipavam os especialistas que povoam os tabloides e canais de TV britânicos, Harry e William exibiram durante o ato, que não foi exibido ao vivo, um “profissionalismo” estudado para evitar qualquer gesto que pudesse ser mal interpretado. Mas o fato é que a proximidade e o afeto demonstrado entre ambos, inclusive no momento de retirar o pano verde que cobria a estátua, era inversamente proporcional ao carinho com que as três crianças se agarram à Diana de bronze. Em frente ao monumento, gravado em pedra, pode-se ler o mesmo verso de Albert Schweitzer que foi recitado em 2017 por ocasião dos 20 anos da morte da princesa: “Estas são as unidades de medida do valor de uma mulher como mulher, à margem de sua origem. Não qual era sua posição, mas sim se tinha coração. E como interpretou o papel que Deus quis lhe atribuir”.
Apoie a produção de notícias como esta. Assine o EL PAÍS por 30 dias por 1 US$
Clique aquiApoie nosso jornalismo. Assine o EL PAÍS clicando aqui
Inscreva-se aqui para receber a newsletter diária do EL PAÍS Brasil: reportagens, análises, entrevistas exclusivas e as principais informações do dia no seu e-mail, de segunda a sexta. Inscreva-se também para receber nossa newsletter semanal aos sábados, com os destaques da cobertura na semana.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.