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Síndrome de ‘boreout’: quando o tédio no trabalho vira um problema

Por trás dessa situação se esconde uma profunda ansiedade e sensação de desvalorização, que podem levar à procura por um novo emprego

Mariana Gálvez
boreout
Malte Mueller (Getty Images/fStop)

Você acabou em uma hora o pouco trabalho que tinha para o dia e se entrega à tarefa de matar o tempo pelas sete restantes. Poderia pedir mais tarefas ao chefe, mas prefere ficar enrolando; se precisarem de você, que chamem. Parece um plano invejável, mas enquanto você atualiza seu Facebook, busca as melhores ofertas para os presentes de Natal e devora um sanduíche, meio saco de batatas fritas e um folhado de chocolate, preferia que esse chamado viesse. Não vem, e você percebe: seu tédio já é crônico, tem um gosto amargo de ansiedade, e você se sente desvalorizado. Isso não é normal.

É um tédio que nos círculos especializados ficou conhecido como síndrome de boreout, ou do trabalhador entediado, dominado por um enfado profissional extremo, o qual, segundo os psicólogos, pode ser tão prejudicial como o esgotamento por excesso de trabalho, a popular síndrome do burnout ou do trabalhador queimado. Tendemos a achar que um funcionário entediado (e com tempo de sobra) aproveitará para se dedicar mais a cada tarefa, mas não é assim. Segundo um estudo da Universidade de Lancashire (Inglaterra), as pessoas entediadas, na verdade, têm um desempenho profissional precário e comentem mais erros.

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Iria Domínguez, directora de comunicación de <a href="http://www.kling.es/es/" target=blank>Kling</a>: “Mi trabajo consiste en hacer de intermediaria entre la marca y los medios de comunicación. Por eso las situaciones que me resultan más estresantes son los lanzamientos de colecciones y las presentaciones a la prensa. También me agobia tener que asistir de manera frecuente a eventos y la necesidad que tengo de relacionarme con gente de fuera de la oficina. Esa parte, la de las relaciones públicas, me afecta a nivel personal porque después ya no sé si esas son mis relaciones personales o forman parte del trabajo. A veces eso me confunde, pero la parte positiva es que siempre acabo haciendo amigos. Cuando me estreso, intento ser realista y pensar que nada puede ser tan grave como para que merezca la pena sentirse tan mal. Y cuando salgo, para relajarme y olvidarme del trabajo, intento hacer cosas que no tienen nada que ver con el mundo de la moda. Me esfuerzo por distraerme, ir a pasear al Retiro (Madrid) y desinformarme. Para mí, la clave está en no consumir información y no tener ningún tipo de incentivo visual. También me tranquiliza mucho ir al gimnasio o ver una película”.
Os maus hábitos e o estresse no trabalho são contagiosos
<p>Todos los <a href="https://elpais.com/tag/ninos/a"><strong>niños</strong> </a>son traviesos, desafiantes e impulsivos en algún momento. Son conductas incómodas que suelen ser fruto del cansancio, el hambre, el aburrimiento o la sobreexcitación que les produce tanto cachivache tecnológico, pero no siempre es así; a veces son los síntomas de un problema que demanda la intervención de un psicólogo. Reconocer la delgada línea que separa las conductas corrientes de las que requieren ayuda profesional puede ser difícil hasta para un psicólogo infantil y, además, el primer paso debe darlo la familia. Estos son algunos de los comportamientos que los padres deberían vigilar y, en caso de duda, buscar ayuda en la consulta de un profesional que evite que una enfermedad psicológica pase desapercibida en su retoño.</p>
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Claro que, para evitar se envolverem com a origem de seu tédio, as pessoas com essa síndrome (um termo cunhado em um livro pelos psicólogos suíços Philippe Rothlin e Peter Werder, em 2007, e que não foi reconhecido oficialmente como um diagnóstico) tendem a se distrair com recursos como as redes sociais, podendo inclusive desenvolver um vício. A comida, o álcool e o tabaco são fortes candidatos a preencher seu tempo. Soa familiar?

Como saber que não é um tédio passageiro

É importante distinguir o tédio normal, inclusive saudável, daquele constante e crônico, que acaba fazendo você se sentir inútil, um sentimento que gera uma profunda ansiedade e que pode afetar negativamente todos os aspectos da vida, inclusive os que têm a ver com família, amigos e relacionamento conjugal. Sabemos que normalmente “as coisas que nos entediam são aquelas das quais não gostamos; isto reduz seus níveis de motivação, de envolvimento, baixam seus níveis de responsabilidade, e você adota uma atitude passiva, vai procrastinando”, diz a psicóloga Gabriela Paoli, autora do livro Salud Digital. Mas tem mais.

Para começar, grave a fogo que entediar-se ao longo do dia independe do trabalho que você faz, e sim dos interesses que você tem. É possível ter o melhor emprego, inclusive ser o chefe, e se sentir profundamente entediado e desvalorizado. Ou seja, trabalhar em algo que não corresponde à sua formação ou experiência e que não lhe permite se desenvolver plenamente é uma bomba-relógio. A falta de comunicação com os outros, desempenhar tarefas monótonas, que não lhe representem nenhum tipo de desafio, e receber um salário precário também são aspectos que desmotivam constantemente.

Todos esses fatores aumentam quando você tem que aceitar trabalhos a contragosto e não tem outra opção nem pode se dar ao luxo de mudar —e a situação se agrava nestes tempos devido à conjuntura econômica decorrente da pandemia. “Quem aceita trabalhos que limitam suas capacidades tem muito mais risco de sofrer boreout e burnout, porque faz algo que já de cara sabe que não gosta; a única motivação é a econômica, e após alguns anos isso começa a pesar bastante. É extremamente grave porque passamos quase 33% do dia no trabalho, às vezes mais”, afirma Andrés Quinteros, psicólogo e diretor do Centro Psicológico CEPSIM.

Outro motivo para buscar um ‘hobby’

Os autores da obra que apresentou pela primeira vez a síndrome do boreout não descreveram apenas uma pena de tédio e desmotivação. Como no mito de Pandora, no fundo da caixa estava a esperança, que, neste caso, tem a forma de uma lista de métodos para preveni-lo. Para começar, aconselham o trabalhador a se esforçar para encontrar pequenas motivações que possa intercalar em seu trabalho ao longo do dia. A ideia é que cada dia seja significativo. Tanto Paoli como Quinteros avalizam esta ideia e observam que comunicar aos superiores o seu interesse e compromisso em desenvolver novas tarefas também pode ajudar. Encontrar alguma atividade apaixonante para preencher os momentos mortos no trabalho é uma ajuda interessante, mas às vezes impossível. Nesses casos, os especialistas propõem transferi-la para momentos livres logo depois da jornada de trabalho.

Se mesmo assim sua motivação não aumentar, talvez o melhor seja mesmo procurar outro trabalho que realmente lhe agrade, algo que você terá que fazer enquanto mantém o emprego que já tem. Afinal, não convém aumentar a ansiedade gerada pela falta de motivação profissional com a decorrente da escassez econômica.

Por outro lado, embora ambos sejam resultado de uma grande insatisfação ou desmotivação trabalhista, é importante não confundir o termo boreout com a já famosa síndrome do burnout. O primeiro se refere ao transtorno do trabalhador entediado, que constantemente se sente desvalorizado, enquanto o segundo é um transtorno vinculado ao estresse por excesso de trabalho. “Têm origens diferentes, um é por falta de trabalho ou porque realiza tarefas monótonas, onde não há feedback nem um contato social real, e o outro é por excesso, um estresse crônico, uma saturação, esgotamento mental e infoxicação”, diz Paoli. Mas adverte: “Ao final, os extremos se tocam. Um pode levar ao outro”.

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