Espanha define data para encerrar quarentena de estrangeiros e volta a incentivar o turismo

Regra que obriga isolamento de estrangeiros deixará de valer em 1º de julho, mas Governo ainda precisa definir condições de segurança para viajantes e população

Madrilenhos passeiam no parque Retiro, no primeiro dia de saída do confinamento, na segunda.J.J. Guillén (EFE)

A Espanha continua a tomar medidas em prol do retorno à atividade turística normal. Primeiro foi o presidente do Governo (primeiro-ministro), Pedro Sánchez, que anunciou no sábado que turistas estrangeiros poderiam viajar para o país no verão espanhol, que começa em junho. E na segunda-feira, em uma reunião interministerial por videoconferência, ficou definido o dia 1º de julho para o fim da quarentena obrigatória para viajantes que residem no exterior. Assim, concretiza-se a reativação de um setor vital para a economia espanhola e se elimina um obstáculo à venda de viagens, já que essa norma desestimulava os turistas que planejavam passar férias no país.

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O Executivo estabeleceu como meta que o turismo, setor responsável por mais de 12% do PIB da Espanha, não perca a temporada de verão. Isso é vital para o setor —e para a economia espanhola—, pois essa é a época do ano em que se concentra o maior número de viagens pelo país. Por isso, as autoridades decidiram definir a data de vencimento da quarentena obrigatória para os turistas de fora.

O acordo foi alcançado em uma reunião da qual participaram as vice-primeiras-ministras Nadia Calviño e Teresa Ribera; a ministra das Relações Exteriores, Arancha González Laya; o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska; o ministro dos Transportes, José Luis Ábalos; o ministro da Saúde, Salvador Illa, e a ministra da Indústria, Comércio e Turismo, Reyes Maroto.

Dessa forma, foi atendida uma demanda da indústria do turismo, que considerava a quarentena uma medida contraproducente, com uma mensagem negativa de que os turistas não seriam bem-vindos. Agora, com a certeza da data em que a quarentena terminará, fica estabelecido o dia e a hora do início da nova realidade do turismo.

As empresas do setor, principalmente as de hotelaria, comemoraram a notícia e já estão preparando sua reabertura. “Com este anúncio, estamos mais seguros de poder abrir em julho, principalmente os hotéis de férias nos principais destinos costeiros”, afirmam porta-vozes do Meliá. As empresas esperam aumento nas reservas.

Apesar das boas notícias, o setor também demonstra cautela: “Parecia evidente para nós que não haveria quarentena em julho, mas assim pelo menos fica esclarecido. Essa medida causou muitos danos, mas agora que já se sabe quando terminará, terá o efeito oposto. Mas ainda há muito por fazer, como todos os protocolos em nível europeu para que os viajantes saibam sob quais condições podem sair e entrar em um país”, explica José Luis Zoreda, vice-presidente da Exceltur.

A ministra González Laya garantiu nesta segunda-feira que a decisão não foi tomada por causa das pressões recebidas —por parte do setor ou o mal-estar de outros países—. "Substituímos a quarentena por outras medidas na fronteira. Não fizemos isso enquanto não sabíamos quando os cidadãos espanhóis poderiam circular livremente em nosso território ”, justificou.

Protocolos e condições

O Governo enfrenta agora uma tarefa difícil: chegar a acordos em nível europeu sobre os protocolos e condições em que as pessoas poderão viajar. Após os anúncios de reabertura da Espanha aos turistas, ainda falta decidir questões práticas e conseguir grandes acordos que permitam a mobilidade dos viajantes com confiança e segurança.

Faltando apenas cinco semanas para o início de julho, parece que o Governo terá que redobrar seus esforços nessas negociações e tentar chegar a acordos bilaterais, pelo menos com os principais mercados emissores de turistas ––a porta-voz María Jesús Montero mencionou no domingo a França, Portugal, a Alemanha e o Reino Unido—. É claro que, repetem com insistência, qualquer acordo alcançado sempre terá que ter a segurança como a premissa mais importante, para não haver risco de contágio nem para os visitantes nem nos locais de destino.

“O Governo busca levar o turista estrangeiro a escolher vir ao nosso país, contrapor-se a mensagens como a da ministra francesa que não recomendava viajar para a Espanha, em razão de suas medidas contraditórias, e, acima de tudo, competir com países como Grécia e Portugal para ser o destino de viajantes internacionais", argumenta Emilio González, professor de economia da Icade.

A ministra Maroto afirmou nesta segunda-feira que a chegada de viajantes será um fato em julho. Agora, sim, pode-se dizer que a reativação ocorrerá desde o início e não no meio ou no final do mês. Por esse motivo, Maroto voltou a incentivar os turistas estrangeiros, bem como os nacionais, a viajar pela Espanha neste verão europeu.

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