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Como escolher a melhor planta para sua casa

Como escolher a melhor planta para sua casa

Uma planta de interior enche de vida o cômodo em que é instalada, diminui o estresse e proporciona oxigênio. Só é preciso saber qual escolher, onde colocá-la e como cuidá-la.

Através da trama de uma delicada cortina de fios a luz desliza. Tudo no interior tem um tom cálido e agradável. O local está cheio de flores. Nós as vemos sobre as poltronas e subindo emaranhadas pela parede. Também adornam a cerâmica em que vive uma planta, sobre uma mesinha. Parece uma yucca, talvez uma dracaena, e está há bastante tempo nesse vaso vítreo. Podemos saber porque está inclinada à varanda, assim como pela posição de suas folhas.

As duas coisas acontecem pela necessidade de luz da planta, que se dirige ao local em que há maior quantidade dela. As folhas que crescem nessa orientação mais favorável até exibem uma curvatura característica, diferente das que crescem no interior do quarto. Assim expõem mais superfície à claridade.

Ao lado da planta também cresce uma mulher, absorta na leitura. Sua cabeça se inclina na direção de um relato. Seus lábios parecem entreabertos. Está ausente, entre as folhas de seu livro e as folhas da yucca, que também parece se alongar em direção ao texto para espiar umas palavras impressas. Sem perceber, planta e pessoa se complementam entre si. A jovem inala docemente por seu nariz o oxigênio que o vegetal acaba de fabricar, fruto de sua fotossíntese. Por seus estomas, a planta absorve ávida o dióxido de carbono que a dama exala com cada linha lida. De modo que estão melhor juntas.

Pintura 'Uma jovem lendo', de Ricardo López Cabrera (1898), propriedade do Museu do Prado e agora exposta no Museu de Belas Artes de Granada.
Pintura 'Uma jovem lendo', de Ricardo López Cabrera (1898), propriedade do Museu do Prado e agora exposta no Museu de Belas Artes de Granada.

Prescindir das plantas no interior das casas é renunciar à enormidade de vantagens e de benefícios. Muitos estudos nos lembram de como é positivo cultivá-las dentro de espaços fechados nos quais passamos muitas horas. Como exemplos de sua utilidade, basta mencionar que melhoram nossa capacidade de concentração e diminuem os níveis de estresse nas pessoas.

Se alguém se animar a abrir-lhes as portas de sua casa e deixar que entrem, deve aplicar três regras básicas para que cresçam saudáveis e fortes. A primeira é escolher bem o local. Para isso, localizaremos as janelas ao pé das quais poderemos cultivá-las. Quanto mais aproximarmos as plantas delas, mais luz poderão ter. A luminosidade diminui à medida que entramos no cômodo. E isso nos obrigará a selecionar plantas mais resistentes à falta de energia que sofrerão. O lugar escolhido pela protagonista do quadro para colocar sua companheira vegetal não poderia ser melhor: no alto e perto da janela. Quem teve má sorte no passado com o cuidado deste tipo de plantas caseiras só deve tentar proporcionar-lhes mais luz agora.

Como segunda pauta, a regra de ouro na jardinagem de interiores: não voltar a regar até que o substrato tenha perdido praticamente toda a umidade. Sim, é preciso deixar que a terra seque. Com exceções, será outra das chaves do sucesso. Existem poucas coisas mais nocivas para uma planta do que excesso de água, somado muitas vezes a uma luz exígua.

Por último, é importante escolher a espécie corretamente. A maioria das plantas de interior cultivadas vem de climas tropicais e subtropicais e estão acostumadas a manter uma temperatura quente durante todo o ano, como acontece nas casas. A estabilidade de temperatura faz dos lares um espaço ideal para essas espécies.

Para se iniciar em seu cultivo, há candidatas muito resistentes e bonitas. Uma indispensável é a Espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata ‘Laurentii’), que lembra uma alga marinha, e a Zamioculca (Zamioculcas zamiifolia). As duas toleram uma menor intensidade luminosa, ainda que sem chegar à sombra profunda. Se o que se quer em casa é uma pequena árvore, os fícus são insuperáveis por sua resistência. Especialmente a Falsa-seringueira (Ficus elastica) e as figueiras de folha estreita (Ficus binnendijkii ‘Alii’ e ‘Amstel King’). O Filodendro-brasil (Philodendron hederaceum), a super conhecida Jiboia (Epipremnum aureum) e a Videira ponta de seta (Syngonium podophyllum) são perfeitos para pendurar em uma estante. E se o que se quer são flores vistosas, a Violeta africana (Streptocarpus ionanthus) e o Lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii) podem ser uma boa escolha. Se acrescentarmos uma Costela de Adão (Monstera deliciosa), os domingos de leitura no sofá estarão envoltos em folhas.

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