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Uruguai consagra o direitista Luis Lacalle Pou como novo presidente

O candidato da coalizão de direita se impõe após a recontagem de votos e coloca fim aos 15 anos de Governo da esquerda

O novo presidente de uruguay, Luis Lacalle Pou, no domingo em Montevideo durante o fechamento das eleições.
O novo presidente de uruguay, Luis Lacalle Pou, no domingo em Montevideo durante o fechamento das eleições.Raúl Martínez (EFE)
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A contagem do Tribunal Eleitoral do Uruguai declarou, nesta quinta-feira, que o direitista Luis Lacalle Pou é o vencedor das eleições presidenciais ocorridas no último domingo. A vitória da coalizão conservadora, que reúne vários partidos, incluindo a extrema direita do partido Cabildo Abierto, acaba com 15 anos de Governo do esquerdista Frente Amplio.

A votação no domingo passado deixou a imagem de um país fraturado, com dois fortes blocos divididos. A apuração terminou com 48,71% dos votos para Lacalle Pou e 47,51% para Daniel Martinez, do Frente Amplio. Uma diferença tão mínima que o Tribunal Eleitoral não conseguiu declarar um vencedor no domingo, e os votos tiveram que ser recontados. Embora a recontagem ainda não tenha terminado —o resultado final só ocorrerá no sábado— a diferença de votos já é irreversível para Martinez.

Luis Lacalle Pou, que começou como favorito, é um parlamentar experiente de 46 anos. Foi deputado aos 20 anos e concorreu em 2014 à Presidência, mas perdeu para o atual presidente, Tabaré Vázquez. Nestes dias de espera, ele já montava seu gabinete. Embora ainda não haja confirmações oficiais, o economista Ernesto Talvi, líder do Partido Colorado, é cotado como ministro das Relações Exteriores. A principal pasta do Governo, do Interior, deve ser liderada pelo histórico líder do Partido Nacional, Jorge Larrañaga, que lançou um referendo que propunha combater o crime com uma bateria de medidas repressivas. Larrañaga perdeu a consulta, mas sua iniciativa serviu para que ele se tornasse uma referência no assunto.

O foco no país agora está em quais ministérios serão dados ao  Cabildo Abierto. Entre as possibilidades consideradas, está o da Saúde. A gestão da área pelo partido, chefiado por militares aposentados, é especialmente preocupante para organizações feministas, uma vez que ela desempenha um papel fundamental na implementação da lei que descriminalizou o aborto em 2012.

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