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Luciano Bivar, presidente do PSL, é alvo de buscas da Polícia Federal

Operação deflagrada em Pernambuco investiga o lançamento de candidaturas laranjas pelo partido do presidente Bolsonaro no Estado

O presidente do PSL, Luciano Bivar, em uma foto de agosto deste ano.
O presidente do PSL, Luciano Bivar, em uma foto de agosto deste ano.Jefferson Rudy (Ag. Senado)
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O presidente do PSL, deputado federal Luciano Bivar, é alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira em Pernambuco. Em endereços ligados a Bivar, dentre eles sua residência e uma gráfica usada na campanha de 2018, os agentes buscam informações e documentos. A suspeita é de que o partido do presidente Jair Bolsonaro teria fraudado aplicação de recursos destinados às candidaturas femininas, como ficou conhecido o caso das candidaturas laranjas.

O inquérito policial foi instaurado por requisição do Tribunal Regional Eleitoral em Pernambuco (TRE-PE). Foram expedidos nove mandados de busca e apreensão, todos nesse Estado. A operação, nomeada de Guinhol —que faz referência a um marionete— investiga a prática de crimes eleitorais e também de organização criminosa.

O esquema das candidaturas laranjas foi revelado em uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo em fevereiro, que apontou que o PSL havia lançado candidatas mulheres apenas para cumprir a cota de 30% de candidaturas femininas e receber assim 400.000 reais de verba eleitoral que seriam desviadas a outras candidaturas. Por isso, endereços de três candidatas, Maria de Lourdes Paixão, Érika Santos e Mariana Nunes, também são alvos de buscas nesta terça-feira, de acordo com a Folha.

Um depoimento e uma planilha obtidos pela Polícia Federal sugerem que recursos desse esquema foram desviados para abastecer, por meio de caixa dois, a campanha de Bolsonaro e do ministro do Turismo, Álvaro Antônio. O ministro foi indiciado pela PF e denunciado pelo Ministério Público por três crimes no esquema, mas, até o momento, está mantido no Governo.

A revelação do esquema abriu uma crise na legenda. Na semana passada, Bolsonaro afirmou a um seguidor que o filmava em frente ao Palácio da Alvorada que Bivar está "queimado pra caramba" e pediu que não atribuíssem sua imagem ao PSL. O descontentamento do presidente com seu partido tem sido demonstrado ao mesmo tempo em que Bolsonaro já flerta com outras siglas. Ao jornal O Globo, a advogada eleitoral de Bolsonaro, Karina Kufa, admitiu que o presidente tem mantido conversas com dirigentes de pelo menos cinco partidos.

Em nota, o advogado Ademar Rigueira, que cuida da defesa de Bivar em Recife, disse que a ação está fora de contexto. "A Defesa enfatiza que o inquérito já se estende há 10 meses, já foram ouvidas diversas testemunhas e não há indícios de fraude no processo eleitoral". O defensor entende que há uma "inversão da lógica da investigação" porque o partido vivencia "um momento de turbulência política". Até o momento, o presidente Bolsonaro ainda não se manifestou

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