PF prende quatro suspeitos de invadir celulares de Moro e Dallagnol
Autoridades cumpriram quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão em São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto
A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira quatro suspeitos de hackearem os celulares do Ministro da Justiça, Sergio Moro, e do procurador da República em Curitiba Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato. Em nota, a PF informa que cumpriu quatro ordens judiciais de prisão temporária e sete de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto, mas outros detalhes da investigação ainda não foram divulgados. As ordens judiciais foram expedidas pelo juiz federal de Brasília Vallisney de Souza Oliveira. Um homem e uma mulher foram presos na capital e outros dois homens foram detidos nas demais cidades.
Batizada de Spoofing —"falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é", de acordo com a PF—, a operação tem o objetivo de "desarticular uma organização criminosa que praticava crimes cibernéticos".
Diálogos mantidos no auge das investigações da Lava Jato entre o então juiz federal Sergio Moro e Dallagnol foram vazados e publicados pelo site The Intercept, e depois por outros meios de comunicação, colocando em xeque a imparcialidade do juiz, que aparece aconselhando a acusação. Ambos afirmam que não respondem pelos diálogos que dizem ser fruto de uma invasão criminosa de seus celulares e que seu conteúdo pode ter sido alterado. A PF já instaurou quatro inquéritos para investigar esses vazamentos e, apesar de que a operação Spoofing foi desencadeada a partir de um deles, ainda não está claro se os presos têm relação com as conversas divulgadas.
O celular do ministro Sergio Moro foi desativado no dia 8 de junho, quando ele percebeu que havia sofrido um ataque virtual —ele teria recebido três chamadas de seu próprio número—. Moro acionou, então, a PF, com suspeita de clonagem. O último registro de uso do seu aparelho ocorreu às 18h23 daquele mesmo dia.
No dia 10 de junho, a força tarefa da Lava Jato anunciou vem sofrendo ataques cibernéticos de um hacker desde o mês de abril deste ano. Segundo nota divulgada à imprensa, membros do Ministério Público Federal tiveram celulares e aplicativos de mensagens invadidos e clonados. “Pelo menos desde abril os procuradores da força-tarefa vêm sendo atacados, portanto, muito antes das notícias de ataques veiculadas na última semana”, informou o comunicado. Em editorial, The Intercept explicou que os arquivos de mensagens, obtidos pela fonte anônima, foram recebidos semanas antes da notícia do celular hackeado do ministro da Justiça.
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