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Crise política na Venezuela

Dois aviões russos chegam à Venezuela com uma centena de militares

Aterrissagem das aeronaves ocorre depois de Maduro dizer que havia reforçado sua segurança

Avião com a bandeira russa no aeroporto de Caracas.
Avião com a bandeira russa no aeroporto de Caracas.CARLOS JASSO (REUTERS)
Jacobo García

A chegada de dois aviões militares russos ao aeroporto de Maiquetía, em Caracas, neste sábado à tarde, desencadeou todos os tipos de suspeitas sobre os papéis que irá desempenhar a centena de militares que viajava neles. De acordo com fontes da Embaixada da Rússia na Venezuela, citadas pela agência de notícias oficial russa Sputnik, as aeronaves transportavam equipamentos e pessoal para atender a vários acordos militares entre os dois países. "Eles não têm nada de misterioso", disseram as fontes referindo-se aos voos, que chegaram à Venezuela poucas horas depois de Nicolás Maduro declarar que havia precisado reforçar a sua segurança.

"A Rússia tem vários contratos que já estão em processo de cumprimento, contratos de caráter técnico-militar, e incluem vários voos e trazem várias coisas", observou a mesma fonte. De qualquer modo, não foi especificado no que consiste o material levado ao país nem qual serão as tarefas dos militares que viajavam nas aeronaves. "Intercâmbio de consultas", é tudo o que a embaixada informou à agência Sputnik.

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Trata-se de dois aviões da Força Aérea russa, um Antonov An-124 e um avião de passageiros Ilyushin Il-62, que chegaram no sábado à rampa presidencial do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, nos arredores de Caracas. De acordo com a imprensa e analistas locais, no comando da operação estava o chefe do Comando Principal das Forças Terrestres da Rússia, Vasili Tonkoshkurov.

A chegada dos aviões ocorreu poucas horas depois de Nicolás Maduro dizer que havia precisado reforçar a sua segurança porque havia um plano liderado por Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, para matá-lo. "Acabamos de desmantelar um plano do Fantoche Diabólico, que ele dirigia pessoalmente para me matar”, declarou Maduro, referindo-se ao presidente interino. "Nos próximos dias certamente haverá novas imagens, de novos terroristas, chamem-se como quiserem", disse ele em um evento público repleto de advertências e ataques a seus opositores denominado, paradoxalmente, "contra o terrorismo e o ódio".

Poucas horas antes, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, mostrou evidências dos supostos planos de "terrorismo" com os quais estariam vinculados Guaidó, Roberto Marrero, seu chefe de gabinete, e Leopoldo López, atualmente sob prisão domiciliar, assim como outros líderes do partido Vontade Popular. De acordo com Rodríguez, Marrero, que foi preso na quinta-feira de madrugada, é "o principal elo" para a realização de atos violentos em território venezuelano a cargo de centro-americanos chegados nos últimos dias ao país.

A Rússia, junto com a China e a Turquia, é um dos principais aliados estratégicos de Maduro, tanto em matéria política, econômica e energética como nas questões militares, um legado do falecido Hugo Chávez, que durante sua presidência (1999-2013) promoveu essa aliança. O presidente Vladimir Putin apoiou Maduro ante o desafio de Juan Guaidó, que mais de 50 Governos no mundo, incluindo o dos Estados Unidos, reconhecem como presidente interino.

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