Dois aviões russos chegam à Venezuela com uma centena de militares
Aterrissagem das aeronaves ocorre depois de Maduro dizer que havia reforçado sua segurança
A chegada de dois aviões militares russos ao aeroporto de Maiquetía, em Caracas, neste sábado à tarde, desencadeou todos os tipos de suspeitas sobre os papéis que irá desempenhar a centena de militares que viajava neles. De acordo com fontes da Embaixada da Rússia na Venezuela, citadas pela agência de notícias oficial russa Sputnik, as aeronaves transportavam equipamentos e pessoal para atender a vários acordos militares entre os dois países. "Eles não têm nada de misterioso", disseram as fontes referindo-se aos voos, que chegaram à Venezuela poucas horas depois de Nicolás Maduro declarar que havia precisado reforçar a sua segurança.
"A Rússia tem vários contratos que já estão em processo de cumprimento, contratos de caráter técnico-militar, e incluem vários voos e trazem várias coisas", observou a mesma fonte. De qualquer modo, não foi especificado no que consiste o material levado ao país nem qual serão as tarefas dos militares que viajavam nas aeronaves. "Intercâmbio de consultas", é tudo o que a embaixada informou à agência Sputnik.
Trata-se de dois aviões da Força Aérea russa, um Antonov An-124 e um avião de passageiros Ilyushin Il-62, que chegaram no sábado à rampa presidencial do Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, nos arredores de Caracas. De acordo com a imprensa e analistas locais, no comando da operação estava o chefe do Comando Principal das Forças Terrestres da Rússia, Vasili Tonkoshkurov.
A chegada dos aviões ocorreu poucas horas depois de Nicolás Maduro dizer que havia precisado reforçar a sua segurança porque havia um plano liderado por Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional, para matá-lo. "Acabamos de desmantelar um plano do Fantoche Diabólico, que ele dirigia pessoalmente para me matar”, declarou Maduro, referindo-se ao presidente interino. "Nos próximos dias certamente haverá novas imagens, de novos terroristas, chamem-se como quiserem", disse ele em um evento público repleto de advertências e ataques a seus opositores denominado, paradoxalmente, "contra o terrorismo e o ódio".
Poucas horas antes, o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez, mostrou evidências dos supostos planos de "terrorismo" com os quais estariam vinculados Guaidó, Roberto Marrero, seu chefe de gabinete, e Leopoldo López, atualmente sob prisão domiciliar, assim como outros líderes do partido Vontade Popular. De acordo com Rodríguez, Marrero, que foi preso na quinta-feira de madrugada, é "o principal elo" para a realização de atos violentos em território venezuelano a cargo de centro-americanos chegados nos últimos dias ao país.
A Rússia, junto com a China e a Turquia, é um dos principais aliados estratégicos de Maduro, tanto em matéria política, econômica e energética como nas questões militares, um legado do falecido Hugo Chávez, que durante sua presidência (1999-2013) promoveu essa aliança. O presidente Vladimir Putin apoiou Maduro ante o desafio de Juan Guaidó, que mais de 50 Governos no mundo, incluindo o dos Estados Unidos, reconhecem como presidente interino.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.