
“Durante a operação não é cada um por si”: um dia com os bombeiros em Brumadinho
21 fotosO fotógrafo Douglas Magno acompanhou o trabalho de uma das equipes de resgate da tragédia da barragem da Vale em Minas Gerais
Brumadinho
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1Uma semana depois do rompimento da Barragem da Vale, no distrito de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), o trabalho dos bombeiros continua, nas buscas por corpos em meio a destroços, terra e lama. Douglas Magno -
2Eram 7h30 da manhã do sábado, dia 2, quando a reportagem do EL PAÍS recebeu a autorização para decolar a bordo do helicóptero Pégasus da Polícia Militar de Minas Gerais, uma das 16 aeronaves usadas nas buscas em Brumadinho. Douglas Magno -
3Piloto, copiloto e um tripulante operacional transportam equipes de busca e salvamento, além de observarem o tempo todo o solo para tentar localizar algum sobrevivente, algo cada vez mais improvável, ou corpo. Douglas Magno -
4Decolamos com o tenente Lucas e o cachorro Thor, da raça Border Collie e de cinco anos, especialista em buscas por pessoas desaparecidas. Douglas Magno -
5A equipe começou as buscas sobre o rejeito endurecido, quase petrificado, um cenário lunar. Em muitos pontos uma camada de terra fofa dificultava ainda mais o deslocamento. Douglas Magno -
6Era preciso atenção, porque mesmo com o solo rígido, alguns pontos aparentemente firmes eram armadilhas. A equipe podería atolar ou até mesmo afundar de uma vez ao pisar. Douglas Magno -
7No caminho, encontramos o capitão Leonardo Farah, um dos responsáveis por comandar a equipe nesta operação. Douglas Magno -
8Leonardo Farah também participou das operações em Mariana, no desastre da Samarco, em 2015. Douglas Magno -
9Farah conta que ainda há risco da outra barragem de água se romper, e que a segurança dos militares é fundamental para a operação de buscas. Douglas Magno -
10Por isso, há rotas de fuga e equipes preparadas para atuar em caso de novo rompimento para salvar os bombeiros. Douglas Magno -
11“Durante a operação não é cada um por si, mas todo mundo olhando todo mundo”, diz o capitão Farah, comandante da Companhia Operacional de Busca e Salvamento do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. Douglas Magno -
12Em um ponto mais alto, encontramos diversos veículos amontoados. Tratores, caminhões, caminhonete e uma locomotiva descarrilada, que foi empurrada contra um local onde ficava um vestiário. Douglas Magno -
13No local, o cachorro Thor deu sinal para a equipe. Não sentíamos odor de nada, mas o olfato apurado do animal era um sinal de que ali poderia haver corpos. Douglas Magno -
14Para ter uma segunda "opinião", outro cão, Bolt, irmão de Thor, também fez buscas pelo local, e sinalizou para o mesmo ponto. Douglas Magno -
15Confirmado o indício, os militares se prepararam para começar as buscas por ali. Douglas Magno -
16Era um trabalho difícil e que requeria o empenho de máquinas pesadas, devido à quantidade de estruturas e veículos amontoados que poderiam desmoronar a qualquer momento. Douglas Magno -
17O reforço de máquinas é pedido e a equipe avisa que o trabalho naquele ponto pode durar horas ou mesmo dias. Douglas Magno -
18A ordem então é voar de volta ao ponto de apoio. Os cachorros voam de volta também. Douglas Magno -
19No meio do caminho, o helicóptero para em outro ponto. Os cachorros descem. Douglas Magno -
20Thor tem que fazer o trabalho de rastrear odores mais uma vez. Douglas Magno -
21Thor, um dos 20 cachorros que ajudam nas buscas, bebe água. Douglas Magno