Nova fase da Lava Jato mira esquema ilegal que movimentou 31 milhões de dólares na Petrobras
Investigações indicam atuação de organização criminosa na área de compra e venda de petróleo e derivados por ou para empresas estrangeiras

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quarta-feira, 5, mandados judiciais no Rio de Janeiro e no Paraná na ‘Operação Sem Limites’, a 57ª fase da Lava Jato. Segundo a polícia, as investigações indicam a existência de uma organização criminosa que lesou a Petrobras na área de compra e venda internacional de petróleo e derivados. As empresas Vitol, Trafigura e Glencore são suspeitas de pagar cerca de 119 milhões de reais (31 milhões de dólares) em subornos a funcionários da estatal. O esquema teria operado até meados de 2014.
Os policiais cumprem 11 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. Os mandados de prisão preventiva são cumpridos na capital fluminense e em Niterói. Pelo menos cinco pessoas já foram presas.
Além das empresas citadas, outras, cujos nomes não foram divulgados, também estão sob investigação por supostos pagamentos de suborno a funcionários da Petrobras, de acordo com um comunicado o Ministério Público.
O grupo agia para garantir vantagens indevidas a executivos e ganhos acima dos praticados pelo mercado às empresas envolvidas, que também teriam realizado negócios irregulares de locação de tanques de armazenagens.
A Polícia Federal detalhou que as operações de compra e venda de petróleo e derivados eram de responsabilidade da Diretoria de Abastecimento, mas não necessitavam de aprovação prévia da diretoria para ocorrer.
"Circunstância que facilitava sobremaneira a pulverização dos esquemas ilícitos nas mãos de diversos funcionários de menor escalão, vinculados à Diretoria de Abastecimento, e que exerciam suas funções tanto no Brasil quanto nos escritórios da Petrobras no exterior", diz a nota da PF, acrescentando que esses funcionários usavam variações ínfimas nas operações para produzir um montante de recursos ao longo do tempo.
As empresas citadas
O portal de notícias G1 entrou em contato com a Vitol, mas nenhum representante se encontrava para falar sobre as suspeitas levantadas pela Lava Jato. A Trafigura informou que não comenta questões legais. O G1 ainda tenta contato com a Glencore.
*As informações são das agências Brasil e EFE