Campo de Marte foi palco de 11 acidentes em dez anos
Em julho um avião de pequeno porte explodiu ao tocar a pista deixando um morto e seis feridos. Nesta sexta, aeronave caiu em zona residencial e deixou dois mortos
O aeródromo do Campo de Marte, na zona norte de São Paulo, de onde partiu a aeronave que caiu nesta sexta-feira matando ao menos duas pessoas, foi palco de outro acidente fatal este ano. Em 29 de julho um avião de pequeno porte explodiu ao tocar a pista, deixando um morto e seis feridos. Apesar de dois incidentes graves em um intervalo de poucos meses, o local é considerado seguro, e segue “as normas de segurança mundiais” de acordo com o comandante João Henrique Ferreira Varella, diretor da secretaria segurança de voo do Sindicato Nacional dos Aeronautas. Ele lamenta que este tipo de aeronave — um Cessna Centurion 210, fabricado nos anos de 1980— não possua a chamada caixa-preta, que registra as conversas e dados dos instrumentos durante o voo, o que dificulta a investigação das causas do acidente.
“Este aeroporto preconiza a segurança como todos os outros. O fato de estar em um centro urbano bem denso não quer dizer que seja mais seguro ou menos seguro que outros aeródromos”, afirma o comandante. Nos últimos dez anos, o Campo de Marte foi palco de 11 acidentes, que deixaram dois mortos. “A aérea da pista deste aeródromo destinado ao pouso e decolagem é reduzida em função das edificações ao redor, para que haja mais segurança”, afirma. O comandante Varella afirma que acidentes de pequeno porte são “comuns no mundo inteiro”. “Ocorrem mais acidentes com aviões deste tipo do que com grandes aeronaves porque existe, no Brasil, cerca de 400 aviões comerciais em um universo de 10.000 aviões”, diz.
Varella afirma que o fato da aeronave ter mais de 30 anos não tem necessariamente relação com o acidente. “Aeronaves homologadas de grandes fabricantes passam por controles rigorosos. Ela pode ser de 1940, mas se passou por manutenção adequada, principalmente na parte da estrutura, é muito segura. Existem aviões dos anos de 1930 voando até hoje com certificado de aeronavegabilidade”, afirma. Segundo ele, seria “muito difícil” que a aeronave tivesse conseguido decolar sem os devidos certificados. “A decolagem passa por várias pessoas antes de receber a autorização, vários órgãos de controle que checam se a manutenção está em dia”, diz.
Para Varella, acidentes aéreos “nunca ocorrem por um fator único”. “Existe o fator falha humana, falha mecânica, um pássaro pode ter atrapalhado o pouso ou a decolagem, a manutenção pode ter sido feita de forma errada... É difícil precisar o que pode ter ocorrido no momento”, diz. Até o momento, ainda não há informações sobre o que pode ter causado o acidente desta sexta.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.