Não ao aborto na Argentina, assim contamos o debate no Senado

Votação no Senado argentino sobre lei que permite a interrupção voluntária da gravidez entrou na madrugada de quinta-feira

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Dar um passo histórico e legalizar o aborto ou rejeitar um projeto de lei que permite que as mulheres possam escolher livremente a maternidade na Argentina. Esse foi o debate que dominou a sessão do Senado argentino entre quarta e quinta-feira, enquanto nas ruas ao redor do local uma manifestação multitudinária esperava o resultado, apesar da chuva: de um lado, os partidários do aborto legal, seguro e gratuito; do outro, os que se opõem ao projeto de lei e querem que a prática se mantenha como crime passível de prisão.

A maioria dos senadores já havia se declarado contra o aborto, o que antecipava o fracasso da votação, mas isso não arrefeceu as paixões. "Os números são sabidos. Ninguém os ignora. O não ganha esta noite, mas o futuro não lhe pertence", afirmou o senador Miguel Ángel Pichetto. A ex-presidenta Cristina Kirchner, em um dos discursos mais esperados da noite, explicou que sua filha e a mobilização feminista na Argentina nos últimos anos a fizeram mudar de opinião e defender a legalização do aborto. Ao final, as convicções religiosas se impuseram  E por 38 votos contra 31, o Senado argentino rejeitou o projeto.

Em nota, a Anistia Internacional afirmou que os senadores argentinos desperdiçaram uma "oportunidade histórica" e que a decisão "perpetua o ciclo de violência que se exerce contra as mulheres". Leia abaixo a repercussão sobre o que ocorreu na longa sessão do Senado (o texto está em espanhol):

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