Piscinas soviéticas: quando nadar era mais um dever que um esporte
A fotógrafa eslovaca Mária Švarbová converte as piscinas de seu país em hipnóticas e frias imagens que inspiraram ao desenhador Josep Font
Azulejos brancos, água quieta e letreiros que proibiam o mergulho... Estes foram os sinais da piscina da população Zlaté Moravce que deram a Mária Švarbová, de 30 anos, uma grande ideia: retratar piscinas de era soviética em seu país, Eslováquia, e transformar em uma obra artística. “O edifício tem 80 anos e data de uma época em que nadar era mais um dever social que um esporte. Esse conceito fez com que eu me desse conta de que tinha um espaço estéril para realizar um projeto criativo”, explica a artista a EL PAÍS.
Impressionada com a simetria e a geometria da arquitetura destas piscinas, começou a criar séries. Câmera em mãos, imprimiu nelas seu selo pessoal com cores pastéis e sujeitos que atuavam como manequins sem emoções. “Através de olhares em alvo, posturas rígidas e ausência total de emoção, as coleções desafiam ao espectador a questionar os papéis arraigados na sociedade”, acrescenta Švarbová.
Essa mesma tensão visual foi a que conquistou ao desenhador catalão de moda Josep Font, quando descobriu a artista através de Instagram. “Caí rendido por como joga com a arquitetura dos espaços e com a cor dentro do alvo. A frescura de suas tonalidades era perfeita para o que busco recriar nas coleções de primavera-verão”, comenta o desenhador. Azuis, verdes e turquesas foram os protagonistas em suas prendas para expressar "a estética surrealista" da fotógrafa.
Uma prenda por imagem, assim é a mostra que exibe o trabalho da fotógrafa eslovaca na loja Delpozo de Madri. A exposição, composta por dez fotografias de Švarbová, faz parte de PHotoEspaña e se prolongará até o 26 de agosto.
Josep Font não foi o único que caiu rendido pelas criações da fotógrafa eslovaca. Em 2016, ela obteve o primeiro local no International Photography Awards e em 2017 foi selecionada como um dos grandes talentos menores de 30 anos pela revista Forbes. Neste ano, ganhou o Hasselblad Mestrado 2018 na categoria de arte e em outubro realizará sua exposição maior individual na galeria Art Angle de Taiwán. Para o próximo ano, planeja pela primeira vez fotografar fora de seu país e se instalará em Miami e Califórnia.
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