_
_
_
_
_

Ai Weiwei denuncia com 18 vídeos a demolição de seu estúdio em Pequim

Artista chinês afirma que escavadoras do Governo derrubaram o local sem notificação prévia

Ai Weiwei, em foto de outubro em Nova York
Ai Weiwei, em foto de outubro em Nova YorkRichard Drew (AP)
Mais informações
Ai Weiwei: “Não gosto das minhas obras. Fico surpreso que haja quem as compre”
Ai Weiwei: “A humanidade é cada dia mais covarde”
A cultura se compromete com os refugiados que chegam à Europa

O célebre artista e ativista chinês Ai Weiwei afirmou nas redes sociais que seu estúdio em Pequim, que possui desde 2006, começou a ser demolido na sexta-feira por escavadoras, 3, do Governo sem que ele tenha recebido qualquer notificação prévia. Em 18 vídeos publicados pelo artista nesse fim de semana em sua conta do Instagram e outras redes sociais é possível ver a evolução da demolição, e como as máquinas derrubaram três fachadas do edifício, localizado na região nordeste da capital chinesa, em cujo interior agora se acumulam escombros.

O famoso dissidente tem 61 anos e agora mora em Berlim. Esse é o segundo estúdio de Ai Weiwei derrubado pelas autoridades chinesas, após destruírem em 2011 o que o artista tinha em Xangai.

Uma escavadora, no sábado no estúdio de Ai Weiwei em Pequim
Uma escavadora, no sábado no estúdio de Ai Weiwei em PequimJason Lee (Reuters)

Seu estúdio, de nome Zuoyou, era descrito por ele mesmo como uma “fábrica socialista no estilo da Alemanha Oriental”, já que era originalmente uma fábrica de conserto de automóveis, e nele desenvolvia instalações artísticas de grande tamanho e impacto visual, que foram exibidas nas galerias e museus de arte contemporânea mais importantes do mundo, como a Tate de Londres.

O famoso artista que participou da construção do Estádio Olímpico de Pequim em 2008 é reconhecido por sua oposição aberta ao regime comunista, expressada principalmente através da Internet. Na China, viveu sob prisão domiciliar entre 2011 e 2015, ano em que recuperou seu passaporte e viajou à Alemanha para estabelecer seu estúdio em Berlim. Em maio anunciou seus planos de se mudar, mas não disse qual é seu novo destino.

Seu trabalho critica as violações aos direitos humanos ao redor do mundo, a crise por trás do êxodo, a censura e a apatia através de inúmeros materiais e plataformas, como ele mesmo explicou ao inaugurar sua última exposição em Santiago, Chile, em maio.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_