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Patrimônio dos norte-americanos chega aos 370 trilhões de reais

Ativos imobiliários e investimentos financeiros colocam mais dinheiro no bolso para gastar

Notas de 100 dólares
Notas de 100 dólaresLM Otero (AP)

Os norte-americanos estão mais ricos do que nunca. O patrimônio acumulado pelas famílias superou os 100 trilhões de dólares (370 trilhões de reais) no primeiro trimestre. São seis trilhões de dólares (22 trilhões de reais) a mais desde março de 2017, período que coincide com o primeiro ano de Donald Trump na Casa Branca. E isso apesar dos investimentos em ativos financeiros caírem no começo do ano pela volatilidade em Wall Street. Boa parte desse avanço é atribuído à valorização da moradia.

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O valor das propriedades imobiliárias nos EUA subiu quase 7% em março em relação ao mesmo mês do ano anterior, ritmo semelhante ao de fevereiro. No trimestre passado, entretanto, o índice S&P 500 sofreu uma queda de 1,2%. O aumento do patrimônio significa que os lares têm mais dinheiro disponível para consumir. É o principal contribuinte do crescimento econômico, ao representar dois terços do PIB.

Os dados da Reserva Federal (FED, o Banco Central dos EUA) mostram também que a dívida das famílias cresce, ainda que com uma tendência mais moderada. Tal crescimento foi de 3,3%, até os 15,6 trilhões de dólares (58 trilhões de reais). O aumento da taxa de juros, entretanto, poderia explicar que os norte-americanos estão começando a pedir crédito com menos entusiasmo. A concessão de hipotecas cresceu 2,9% e os créditos para a compra de carro, 4,2%.

O patrimônio dos norte-americanos está crescendo de maneira contínua desde o final da Grande Recessão. O fez em paralelo à retomada de Wall Street e da melhora no mercado de trabalho. A taxa de desemprego nos EUA está atualmente em 3,8%. O bom ritmo da economia está fazendo com que o Fed aumente o preço do dinheiro gradualmente desde o final de 2015.

A autoridade monetária se limita a dar o dado geral sobre a evolução do patrimônio, sem entrar em detalhes de como esse aumento é distribuído. O aumento no preço da moradia significa, entretanto, que os norte-americanos mais velhos são os principais beneficiados. O congelamento dos salários e a dívida universitária estão fazendo com que muitos jovens não invistam na compra de uma casa.

Atualmente 64% da população tem casa própria, contra quase 70% registrado antes da crise. Em relação aos investimentos, calcula-se que 80% das ações negociadas em Wall Street são propriedade de 10% da população, outro detalhe que permite ter uma ideia de como a riqueza é dividida. Os norte-americanos são, também, moderados no gasto.

Os analistas do Goldman Sachs dizem, olhando os dados, que é o melhor rendimento que a economia pode ter. Mas para o norte-americano médio, as coisas não mudaram muito e o consumo se mostra frágil. A reforma fiscal, diz o banco de investimentos Stifel, não se traduz em mais gasto porque o dinheiro adicional é economizado e utilizado no pagamento de dívidas. O aumento da gasolina já come o lucro pela diminuição do imposto.

O próximo aumento é esperado para a próxima semana, o sétimo nesse ciclo. As estatísticas do Fed mostram paralelamente que as empresas possuem 2,7 trilhões de dólares (10 trilhões de reais) em ativos líquidos que podem destinar a investimentos em seus negócios e contratações de novos funcionários. O dinheiro também está sendo utilizado para financiar planos de capital, como a concessão de dividendos e a recompra de ações.

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