Polícia Federal cumpre mandados nos gabinetes do deputado Eduardo da Fonte e do senador Ciro Nogueira
Operação apura suposto crime de obstrução de Justiça por parte dos parlamentares
A Polícia Federal cumpre, na manhã desta terça-feira, dia 24, mandados de busca na Câmara dos Deputados e no Senado. Os principais alvos da ação, que foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, são o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-PI). Também há mandados sendo cumpridos na casa dos parlamentares.
A operação, deflagrada em conjunto com a Procuradoria Geral da República (PGR), apura suposto crime de obstrução de Justiça. De acordo com o Ministério Público Federal, a suspeita era de que Ciro Nogueira e Eduardo da Fonte tentavam comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações. O ex-deputado Márcio Junqueira seria o intermediador dos parlamentares. Ele foi preso na operação desta manhã em Brasília.
Conforme as informações da Procuradoria-Geral da República, o trio ofereceu a esse colaborador da Justiça o pagamento de despesas pessoais e propôs que ele mudasse o teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação de hoje. Sem sucesso, passaram a ameaçá-lo. Além de Brasília, as buscas ocorreram em Teresina (PI), Recife (PE) e Boa Vista (RR).
Em nota, a defesa do senador Ciro Nogueira afirma que ele se encontra fora do Brasil, sem especificar em qual país, e diz que ainda não foi possível contatá-lo. O texto, assinado pelo advogado Kakay, diz ainda que a defesa desconhece as razões da determinação judicial do ministro Fachin. "É certo que o senador sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão. Continuará a agir o senador como o principal interessado no esclarecimento dos fatos", completa a nota. Procurada, a assessoria do deputado Eduardo da Fonte ainda não se manifestou.
Entrega de dinheiro
O senador Ciro Nogueira é alvo de um inquérito que investiga supostos repasses de R$ 1,6 milhão da Odebrecht para suas campanhas em 2010 e 2014 ao Senado. Ele foi citado por dois motoristas da Transnacional, empresa investigada pela Lava Jato, que disseram à Polícia Federal ter entregue grandes quantias de dinheiro no apartamento de um assessor do senador, em São Paulo.
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