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Bayern de Munique x Real Madrid, a história sem fim

O time branco fará as semifinais contra a equipe de Heynckes, com a qual recuperou o brio que a fez campeã da Europa em 2013. Os dois clubes se enfrentaram e 24 ocasiões, com 11 vitórias para cada lado

Os jogadores do Bayern comemoram a classificação às semifinais da Champions.
Os jogadores do Bayern comemoram a classificação às semifinais da Champions.Alexander Hassenstein (Getty)
GORKA PÉREZ

Bayern de Munique e Real Madrid vivem uma história sem fim na Champions League. Uma relação marcada pela igualdade estatística (se enfrentaram 24 vezes, com 11 vitórias cada um; 37 gols do lado espanhol e um a menos dos alemães) que será rompida no próximo confronto, pelas semifinais (o jogo de ida acontecerá em 24 de abril no Allianz Arena e o de volta no dia 1º de maio no Bernabéu). O sorteio realizado nesta sexta-feira em Nyon, Suíça, acrescentou mais um capítulo a um dos duelos mais clássicos na luta pelo trono do velho continente. Não há duelo mais frequente na Europa do que o dos alemães e merengues, que passarão a ser 26 depois dessa semifinal. O próximo clássico da lista é Juventus x Real Madrid (21), seguido de Barcelona x Milan (19), Barcelona x Chelsea (17), Inter x Real Madrid (15) e Milan x Real Madrid (15).

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A última vez que os dois clubes se encontraram foi nas quartas de final da última edição, quando os comandados de Zidane venceram por um placar agregado de 6 a 3, graças às duas vitórias que obtiveram (1 a 2 no Allianz e 4 a 2 no Bernabéu). Cristiano Ronaldo marcou cinco dos seis gols que finalmente serviram para que o clube de Madri chegar às semis e levantasse, depois, sua 12ª Champions.

A volta de Jupp Heynckes ao banco do Bayern, no início de outubro do ano passado, a quarta passagem em 39 anos de carreira profissional do treinador pela equipe da sua vida, foi um ponto inflexão no projeto evolutivo do clube planejado pelos dois últimos diretores esportivos, Mathias Sammer e Hasan Salihamidžić. Ex-ícone do Dortmund, Sammer confiou em Pep Guardiola para tentar encaixar mais uma série de títulos de uma equipe que com Heynckes havia acabado se de tornar campeã de tudo (Campeonato Alemão, Copa da Alemanha e Champions em 2013) e três temporadas depois o ex-jogador bósnio Salihamidžić entregou o comando do grupo a Carlo Ancelotti, seguidor da metodologia de trabalho do catalão.

Mas a transformação do futebol germânico mais puro do Bayern (jogo intenso pelas laterais do campo resolvido com bola alta na área do adversário) em uma versão com mais posse de bola e mais contida não funcionou e o clube se viu obrigado a recorrer a esse guru que mais e melhor o conhece – não por acaso, nenhum outro treinador comandou o time em mais jogos do que ele, 344 (230 vitórias, 59 empates e 55 derrotas) – para interromper a mudança e voltar às essências.

Heynckes, durante um treinamento do Bayern.
Heynckes, durante um treinamento do Bayern.CHRISTOF STACHE (AFP)

Com Heynckes novamente à frente do time (28 vitórias, dois empates e duas derrotas nos 32 jogos em que dirigiu o time), o Bayern venceu o Campeonato Alemão cinco rodadas antes do final, está classificado para as semifinais da Copa da Alemanha (na próxima terça-feira enfrenta o Leverkusen) e passou às semifinais da Champions com números quase impecáveis: oito vitórias, um empate e uma derrota única.

Heynckes armou um onze reconhecível, colocando nas laterais do ataque dois clássicos em plena forma, Robben e Ribéry (que renovou contrato recentemente até 2019), recolocou Alaba na lateral-esquerda, onde Rafinha tem sido utilizado com mais frequência do que Bernat, Kimmich é o dono do lado direito e no meio de campo surgiu Javi Martínez, que recuperou a exuberância física que o levou ao clube alemão em 2012. A ausência do lesionado Neuer levou Ulreich a ser titular no gol (31 gols sofridos em 38 jogos), embora seu porte e seu estilo sob as traves reproduzam os do goleiro da seleção alemã.

Apesar de conhecido, não é fácil conter o Bayern, um bloco de concreto em que Lewandowski continua mostrando o caminho do gol (marcou 35 em 40 jogos, 26 nos 26 jogos do Campeonato Alemão que disputou). Com um esquema que varia muito pouco do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1, dependendo apenas do lugar ocupado no gramado por James Rodríguez e Vidal, a ortodoxia de Heynckes devolveu o perfume alemão a uma equipe que concebe a conquista da Champions como o melhor argumento para manter o impasse da nova partitura e continuar tocando de modo clássico.

O Bayern de Munique anunciou na sexta-feira que Niko Kovac, atual técnico do Eintracht Frankfurt, assumirá o lugar de Heynckes na próxima temporada. A última vez que este último deixou o Bayern aconteceu logo depois da conquista da Champions. Despedir-se também é uma arte.

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