Fitch reduz nota do Brasil após fracasso da reforma da Previdência
Em janeiro, a Standard & Poor's já havia rebaixado a nota de "bom pagador" do país
A agência de classificação de risco financeiro Fitch reduziu nesta sexta-feira a nota de risco soberano do Brasil, de BB a BB- com perspectiva estável, depois do fracasso das negociações para a reforma da Previdência, considerada essencial para sanar os déficits públicos. A nota serve como uma baliza para grandes investidores: quanto mais baixa, mais longe o país fica de conseguir o selo de "bom pagador", o que ajuda o fluxo de investimentos e impacta em outras taxas da economia.
"A redução [da nota] do Brasil se deve a seus persistentes e amplos déficits, ao elevado e crescente peso da dívida do governo e ao fracasso para legislar com reformas que melhorem os resultados das finanças públicas", explicou a agência em um comunicado.
A Fitch questiona a viabilidade da reforma, a poucos meses das eleições presidenciais e legislativas de outubro, que ainda não têm nenhum candidato do agrado do mercado. Esse calendário "significa que a reforma da Previdência será abandonada até depois das eleições e há incerteza sobre a capacidade do próximo governo de garantir sua aprovação de forma oportuna", acrescenta. A Bovespa, que estava em alta, mudou de direção após o anúncio, e caía 0,5% no começo da tarde.
O presidente Michel Temer conseguiu impor medidas de ajuste econômico que agradaram os mercados, como o congelamento dos gastos públicos durante 20 anos e a flexibilização da legislação trabalhista, mas fracassou ao negociar a reforma Previdência. E com a decisão do Governo Federal de decretar uma intervenção federal inédita na segurança pública do Rio de Janeiro até o fim de 2018, a chance de que a votação da reforma avance ainda neste ano caiu por terra. Isso porque, enquanto a intervenção vigorar, nenhuma alteração na Constituição poderá ser feita, inclusive as propostas de emenda constitucional (PEC) como a da mudança da aposentadoria.
Em janeiro, a Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito da dívida do Brasil de "BB" para "BB-". A agência elogiou os esforços do Governo Temer, considerado uma administração pró-receituário básico do mercado, mas disse que os resultados não são suficientes. Para a agência, não há apoio suficiente na classe política para avançar as reformas liberais que interessam ao mercado financeiro.
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