Neymar dribla, mas Cristiano Ronaldo finaliza cinco vezes mais

Português toca menos na bola, mas chuta mais e fica mais próximo do gol; diferença ficou clara na vitória do Real Madrid por 3 a 1 contra o PSG

Cristiano Ronaldo abraça Neymar ao fim da partida.GABRIEL BOUYS (AFP)
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O vestiário do Real Madrid celebrou a vitória por 3 a 1 contra o PSG no jogo de ida das oitavas de final da Champions com gritos de raiva contida. O time sabe que falta o jogo de volta em Paris, daí a cautela. Os mais felicitados foram Cristiano Ronaldo, Asensio, Lucas Vázquez e Nacho. “Neymar é um craque”, comentavam os jogadores do Real Madrid depois do jogo. O brasileiro recebeu um abraço de consolo de CR7, trocou camisas com Sergio Ramos e foi direto para o vestiário. Na equipe madrilenha, lembravam na noite de quarta-feira a familiaridade com que Neymar entrava em julho no vestiário do Real Madrid depois do clássico contra o Barcelona, em Miami. Desta vez, ele se manteve distante depois do jogo.

O duelo no Santiago Bernabéu foi vencido por Cristiano Ronaldo. Deu 48 toques a menos na bola que Neymar, mas finalizou cinco vezes mais (10 chutes, em comparação com dois do brasileiro) e marcou dois gols. O primeiro foi de pênalti, o segundo, aproveitando um rebote com o joelho dentro da pequena área. Um gol à moda de Raúl González, de esperteza, e porque o português estava onde precisava estar. O mapa de calor do jogo evidencia que Cristiano se movimentou intensamente dentro da área rival e ao redor da marca do pênalti.

Neymar, por sua vez, ocupou toda a zona esquerda do meio-campo para a frente, e parte da direita. Sua influência no jogo e no resultado, no entanto, foi muito mais limitada. Criou três chances de gol, mas só chutou uma vez na meta. Mal se associou com seus companheiros de ataque. Passou a bola sete vezes para Mbappé e uma para Cavani, mas não recebeu passes de nenhum dos dois. O que mais o buscou foi Yuri Berchiche (22 passes), lateral-esquerdo. Os companheiros a quem Neymar deu mais passes foram Dani Alves e Berchiche (8).

Buscando protagonismo

Zidane advertia na véspera que o jogo não era um duelo entre Neymar e Cristiano Ronaldo, e sim entre o Real Madrid e o PSG. No entanto, as atenções estavam voltadas para o brasileiro e o português. Em primeiro lugar, porque alguns consideram Neymar o substituto natural de Cristiano Ronaldo no Real Madrid. Em segundo, porque o português está pedindo há meses um salário à altura do de Neymar (e do de Messi). Em terceiro, porque os dois jogadores são o destino do jogo de seus times. Cristiano fez sua parte com eficiência e sem sofrer uma só falta. A movimentação de Neymar foi mais vistosa (deu 13 dribles, por exemplo), mas em áreas pouco perigosas.

O brasileiro de 26 anos saiu do Barcelona porque queria ser o principal jogador, porque não queria viver à sombra de Messi, porque queria ser o astro maior, não um a mais entre outros, e porque queria canalizar o jogo de sua equipe. No Barcelona, o jogo não terminava nele, ou pelo menos não sempre. No PSG de quarta-feira, ele pareceu ser o destinatário do jogo, mas acabou não produzindo resultado. Talvez porque não tenha à sua volta a mesma estrutura que no Barcelona, talvez porque o trio de ataque do time francês esteja cada vez mais desconectado. Isso ficou evidente no Bernabéu.

Neymar custou 222 milhões de euros (896 milhões de reais) ao PSG. O dono do clube francês, que desembolsará outros 180 milhões de euros (726 milhões de reais) por Mbappé (está emprestado com opção de compra), queria reforçar a equipe para conquistar a Champions. O caminho ficou mais difícil. Para Neymar também. O brasileiro jogou tão nervoso que recebeu um cartão amarelo já aos 15 minutos, por dar um chute por trás em Nacho. Fez jogadas requintadas, demonstrou sua habilidade nos embates homem a homem e sua velocidade com a bola nos pés, mas não conseguiu ser eficiente. Pelo menos, não tanto quanto Cristiano Ronaldo.

Duelo de estrelas

Em espanhol, o mapa de calor e as estatísticas dos dois jogadores durante Real Madrid 3 x 1 PSG.

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