15 fotosJardim Gramacho, o lixo como única herançaUm percurso fotográfico pelo bairro do Rio onde se vive abaixo da linha da pobrezaEl País13 dez. 2017 - 18:53BRTWhatsappFacebookTwitterBlueskyLinkedinLink de cópiaA renda média per capita dos moradores do bairro é de 331,96 reais, 11 reais por dia, de acordo com levantamento da ONG Teto. São consideradas pelo Banco Mundial em "pobreza extrema" as pessoas que vivem com 1,90 dólares por dia, ou 6,18 reaisAriel SubiráOs moradores que têm emprego recebem uma renda três vezes maior que a média, mas isso é privilégio de 55% das pessoas do Jardim Gramacho, segundo a TetoAriel SubiráDe tão precárias que são as condições do bairro, os moradores não usufruem de água encanada e, muitas vezes, dependem de ligações clandestinas para terem acesso a eletricidade. Sequer rede de esgoto foi instalada na regiãoAriel SubiráCrianças com cáries, alta evasão escolar, analfabetismo e convívio com ratos e insetos são outros problemas enfrentados pelos cerca de 20 mil moradores da comunidadeAriel SubiráAntes do fechamento do lixão, em 2012, mais de 1.500 catadores oficiais tiravam seu sustento dali. Cerca de duas toneladas de materiais recicláveis eram garimpadas todos os dias. Cinco anos depois, lixões clandestinos comandados por traficantes foram instalados no localAriel SubiráQuando as atividades do lixão foram encerradas, o poder público fez inúmeras promessas - jamais cumpridas - para revitalizar a regiãoAriel SubiráSem a presença do poder público, muitos moradores acabam dependendo da ação de igrejas e ONGs que se dedicam a projetos sociais no GramachoAriel SubiráA coordenadora da Teto, Carolina Thibau, avalia que a comunidade foi abandonada pelo poder público não por falta de dinheiro, mas em decorrência de decisões políticas. Ela lembra que Duque de Caxias é o terceiro maior PIB do Estado e o 21º do Brasil, segundo o IBGEAriel SubiráUma das promessas para a região era o oferecimento de cursos profissionalizantes e novas fontes de renda aos moradores, que até hoje aguardam as medidas. Alguns catadores chegaram a receber indenização de cerca de 14.000 reais, quantia que se esgotou há muito tempoAriel SubiráO abastecimento de água de boa parte da comunidade é feito por meio de bombas de água. Muitas pessoas dependem da água da chuva até para lavar as roupasAriel SubiráÉ comum entre os moradores o entendimento de que os políticos só se deslocam até o Gramacho em época de eleição. O controle hoje é exercido pelos traficantes de drogas. São os chefes de quadrilhas que definem, por exemplo, os locais onde os barracos podem ser construídosCatador do lixão do Gramacho por 25 anos, Rogério de Santos segue com seu ofício, que hoje lhe rende cerca de 20 reais por dia nos depósitos ilegaisAriel SubiráFátima Catarina, de 33 anos, mora em uma casa de três cômodos no Gramacho. Nos sofás da pequena sala, dormem quatro crianças. Para lavar a louça, ela usa baldes de água de chuvaAriel SubiráVanessa Dias, de 31 anos, espera o sexto filho. A renda da família é de 450 reais, que se tornam 2,3 por dia se divididos entre todos os membrosAriel SubiráO maior desejo de Vanessa, que vive entre moscas até dentro de sua casa, é que pelo menos chegasse água encanada no bairroAriel Subirá