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COI proíbe Rússia de participar de Jogos de Inverno, mas admite seus atletas

Comitê Executivo do COI suspende o Comitê Olímpico Russo. Esportistas poderão competir sob bandeira neutra e sem hino

Carlos Arribas
O presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo do COI, Thomas Bach, em março de 2014.
O presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo do COI, Thomas Bach, em março de 2014.Alexei Nikolsky (AP)
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A Rússia é o primeiro país que não poderá participar de Jogos Olímpicos por causa de doping. Foi o que decidiram na tarde desta terça-feira em Lausanne (Suíça) os 15 membros do comitê executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI), presidido pelo alemão Thomas Bach, que decidiu que os atletas russos só poderão participar dos próximos Jogos Olímpicos de Inverno de PyeongChang (Coreia do Sul), em fevereiro de 2018, sob bandeira neutra, sem hino nem elementos característicos que levem a pensar que competem pela Rússia. Uma das grandes potências do movimento olímpico, o nome da Rússia, cujo comitê olímpico foi suspenso, não figurará no quadro de medalhas de PyeongChang.

O presidente russo, Vladimir Putin, que disse previamente que consideraria uma humilhação qualquer punição, não reagiu de imediato à decisão do COI. Fontes próximas ao Kremlin afirmaram achar pouco provável que Putin convoque um boicote aos Jogos de PyeongChang. O COI excluiu Valery Mutko, vice-primeiro-ministro de seu Governo e presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo da Rússia 2018, de participação em todos os jogos Olímpicos do futuro. Segundo a investigação, Mutko, ex-ministro de Esportes russo, foi figura-chave na instauração do método do positivo que desaparece, como Richard McLaren chamou sua técnica de encobrir as análises de doping de seus atletas dopados.

Os atletas russos competirão sob a bandeira olímpica em uma equipe denominada Atletas Olímpicos da Rússia (OAR, para Olympic Athletes from Russia, será seu acrônimo) e se conseguirem uma medalha de ouro será tocado o hino olímpico quando a receberem no pódio ou em qualquer cerimônia que lhes for dedicada.

"Ficou comprovada a sistemática manipulação do sistema antidoping no esporte russo”, afirmou Bach como motivo de uma decisão insólita que não se atreveu a tomar antes dos Jogos do Rio 2016, quando o COI contava com os mesmos elementos de prova. Bach ressalvou que somente os relatórios encomendados pelo COI a seu membro Dennis Oswald e ao político suíço Samuel Schmid, que dirigiram comissões de investigação, lhes permitiram validar os achados mencionados nos informes da Agência Mundial Antidoping (AMA), redigidos pelos investigadores Richard Pound e Richard McLaren. “Antes do Rio não tivemos tempo para levar adiante um processo justo, ouvindo as partes e analisando todos os detalhes antes de tomar uma decisão. Agora temos a confirmação de como os russos manipularam uma instalação olímpica, o laboratório antidoping de Sochi, e corromperam a ideia olímpica. Foi um ataque sem precedentes contra a integridade olímpica.” O COI fixou em 15 milhões de dólares (48 milhões de reais) a indenização que a Rússia terá de pagar para cobrir os gastos com as investigações e contribuir com a luta contra o doping.

Antes de tomar a decisão, em um dia agitadíssimo junto ao lago Leman, os membros do COI leram o relatório Schmid e escutaram os argumentos de uma delegação russa composta por sua principal estrela para os Jogos de Inverno, a patinadora artística Evgenia Medvedeva, dupla campeã mundial de patinação, de 18 anos; Vitaly Smirnov, diretor da agência russa antidoping (RUSADA) depois da crise, e Alexandr Zhukov, presidente do Comitê Olímpico russo. Por ora, 25 atletas russos participantes dos Jogos de Inverno de Sochi 2014 foram punidos nas últimas semanas. Nenhum deles poderá competir em PyeongChang. A AMA conta com elementos que lhe permitem calcular que pelo menos 1.000 esportistas russos se aproveitaram da montagem das autoridades do país para encobrir o doping.

O COI criou uma comissão, presidida por Valerie Fourneyron, ex-ministra francesa de Esportes e diretora da Autoridade de Controle Antidoping Internacional (ITA), que examinará um a um os casos dos atletas russos que desejem competir em PyeongChang. Somente poderão participar os que tiverem sido classificados para os Jogos e possam demonstrar sua limpeza em assuntos de doping de modo satisfatório para a comissão.

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