No domingo, muitos dos moradores da pequena cidade de cerca de 18.000 habitantes aproveitam o rio para o lazer. Raoni MaddalenaAs marcas escuras nos pilares de um restaurante mostram até onde a água do rio costumava chegar. Os moradores relatam que hoje o rio, quando cheio, não chega nem perto da metade da marca.Raoni MaddalenaOs pescadores de PIaçabuçu contam que tem de ir cada vez mais mar adentro para poder pescar, já que muitas das espécies que viviam no rio não sobreviveram à alta concentração de sal na água. Raoni MaddalenaO pescador Cristiano Marques dos Santos, apelidado de Hulk, posa para a foto mostrando alguns dos peixes pescados no mar. Raoni MaddalenaAlém do problema da pesca, agentes de saúde de Piaçabuçu suspeitam que a alta concentração de sal na água do rio, que serve de abastecimento para 100% da população da cidade, está deixado os moradores doentes. Hipertensão e problemas de pele são as principais queixas. Raoni MaddalenaO problema ainda está longe de ser solucionado. Ambientalistas falam em incompetência na gestão do rio São Francisco. Gestores apontam para um fenômeno climático, sobre o qual não há controle. Raoni MaddalenaDa esquerda para a direita, os pescadores: Jairo Messias Marques dos Santos, José Eronides de Jesus, Marco Antônio Batista dos Santos, Aéliton Barreto (agachado), Cristiano Marques dos Santos e Adailton Ferreira da Conceição. Raoni MaddalenaDona Iraíris dos Santos Silva, 83, conta que veio do município de Pão de Açúcar, a 200 quilômetros de Piaçabuçu, para trabalhar em uma plantação de arroz. Hoje a plantação não existe mais. A água salgada usada na irrigação matou diversas espécies de vegetação. Raoni MaddalenaOs moradores de Piaçabuçu dizem que toda a água consumida tem de ser comprada, já que a água da torneira é muito salgada. Tomar um café feito com água não mineral pode ser uma tarefa um tanto difícil de engolir.
