Ambição europeia
É saudável que Macron proponha refundar a UE diante dos ataques eurofóbicos populistas
O presidente francês, Emmanuel Macron, não esperou a chanceler alemã, Angela Merkel, formar Governo para lançar novamente o desafio de reconstruir e refundar a União Europeia. A vitória apertada dos conservadores alemães e a decisão dos social democratas de permanecer na oposição obriga Merkel a buscar uma coalizão de Governo – com verdes e liberais – que dificultará alguns dos avanços para a UE que Paris propõe a Berlim. Apesar disso – ou talvez por essa razão – Macron, ao mesmo tempo em que promove duras reformas em casa, renovou em um vibrante discurso na Sorbonne suas propostas para fortalecer o projeto europeu, somente possível com o impulso do eixo franco-alemão.
Os liberais e algumas vozes da própria coalizão alemã de Merkel já colocaram objeções a algumas ideias do francês, como o fortalecimento da zona do euro com um orçamento e um ministro próprios. Mas os Verdes receberam com agrado o discurso de Macron e Merkel poderá aceitar o desafio e aceitar muitas de suas propostas para uma maior integração europeia, como reformar algumas instituições comunitárias para torná-las mais eficazes, dispor de uma força comum de intervenção, harmonizar as contribuições sociais ou aproximar os impostos sobre as empresas; entre muitas outras.
As propostas reforçariam a UE depois da saída do Reino Unido, mas o essencial é seu chamado para compartilhar seu nível de ambição europeia, que se junta àquele manifestado há duas semanas por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. Como Macron bem proclama, a UE é uma união solidária de países baseada em princípios democráticos com um poderoso mercado único. Seu fortalecimento é a melhor garantia para defender esses valores e ser um ator de peso em nível global. É bom que um presidente francês aposte em tudo isso agora que o continente sofre tantos ataques de eurofobia populista.
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