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Uma Supercopa de intrigas

Busquets evidencia o receio do vestiário do Barça com seus dirigentes enquanto, no Real Madrid, apesar do grande momento esportivo, Zidane põe foco nos árbitros

José Sámano
Expulsão de Cristiano Ronaldo no jogo de ida.
Expulsão de Cristiano Ronaldo no jogo de ida.Manu Fernandez (AP)

Paulinho não basta, claro. O Barcelona carece de consolo muito maior. E nenhum tem mais peso que deixar uma boa impressão hoje no Santiago Bernabéu contra o Real Madrid, por mais que a Supercopa da Espanha esteja fora da órbita culé após a derrota por 3 x 1 no Camp Nou. Com a diretoria em descrédito, o único alívio imediato para o Barça seria triunfar diante do rival, que perdeu Cristiano Ronaldo, suspenso, mas recupera a criatividade com Luka Modric.

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Os blaugranas vivem dias de turbulência. A tensão entre o elenco e a direção parece cada vez mais evidente. Se Piqué revelou há alguns dias que os jogadores sabiam que Neymar iria embora antes do fim de julho, Pep Segura, responsável pela área esportiva, lhe devolveu no domingo: “A falha de Piqué no gol contra foi determinante”. Busquets também interveio: “Acho que a melhor maneira de expressar-se dentro do clube não é criticar um jogador”. Enquanto o circo pega fogo em Barcelona, os madridistas também franzem a testa. Mal começou a temporada e já há árbitros e comitês no alvo. Até o discreto Zidane disse estar “muito irritado” com o episódio de CR7 no jogo de ida, sua expulsão e posterior punição. “Quando vejo tudo o que aconteceu e penso que Cristiano não jogará cinco partidas… Aí tem coisa”, soltou o técnico francês.

Para além do erro de arbitragem ao julgar como simulação o que não o era — o lance de Cristiano Ronaldo — e fazer vistas grossas ao que foi — o de Luis Suárez —, nada disse Zidane sobre a atitude do atacante português, que empurrou o árbitro. Desde que a bola é redonda reclama-se por uma uniformização dos critérios de arbitragem, mas o Real Madrid, por muito que queira cerrar fileiras em torno de CR7, que não admite sussurros quando requer o respaldo da instituição e do vestiário, tem motivos de sobra para focar no campo e não nos deslizes dos árbitros. Logo no primeiro mês da temporada, o Real já tem um título (Supercopa da Europa) e outro a um palmo diante de seu grande antagonista, que pode ficar ainda mais fustigado.

Desde a temporada passada é notável a evolução no conjunto madridista e, pouco a pouco, se verifica um retrocesso no Barcelona. Hoje o Barça não parece saber quem é e, muito menos, quem quer ser. Faltam a ideia e o ideólogo, e entre o barcelonismo já há quem preveja outro equívoco com os 222 milhões de euros do PSG. A questionável contratação de Paulinho resgata a lista de reforços de segunda linha que chamaram pouca atenção no Camp Nou: Semedo, Vidal, Arda, Umtiti, Digne, André Gomes, Alcácer, Denis Suárez e Cillesen. Nesse tempo, por uns quatro milhões de euros, o Real Madrid contratou Asensio, que hoje simboliza uma equipe homogênea formada por superestrelas e jogadores esforçados. No Barça, pelo contrário, há titulares em baixa e reservas muito reservas.

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