Operação internacional contra a Camorra realiza cerca de vinte detenções
Durante a ação, focada em Barcelona, foram encontrados 520 quilos de cocaína
A Guarda Civil e os Mossos d’Esquadra (polícia regional autônoma da Catalunha) deram início às quatro horas da manhã (horário local) desta quarta-feira a uma operação internacional contra a Camorra italiana, com foco em Barcelona (Espanha). Foram presas, no total, cerca de vinte pessoas. Os acusados aparentemente faziam lavagem de dinheiro procedente do tráfico de drogas utilizando empresas de fachada nos setores de restaurantes e hotelaria, compra e venda de veículos e joalheira.
Durante a operação, os policiais encontraram 520 quilos de cocaína e 450 quilos de haxixe e maconha. O 6º Juizado de Instrução da Audiência Nacional determinou o bloqueio dos bens no valor de 5 milhões de euros (18,5 milhões de reais).
A ação foi realizada a pedido da Procuradoria Anticorrupção e conta com a participação de especialistas da UCO (polícia judicial) da Guarda Civil e agentes da DIC dos Mossos d’Esquadra, assim como da Guardia di Finanza, da Itália, e da polícia da Alemanha – onde se realizaram dois e seis ações, respectivamente. Os presos são acusados de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, segundo nota divulgada pelo ministério público.
A investigação indica que os acusados vinham realizando sua atividade criminosa em vários países da Europa, razão pela qual a ação dos agentes espanhóis fora de seu país foram coordenadas pela Eurojust (organismo ligado à União Europeia e que reúne procuradores dos diferentes países). A maioria dos presos é composta por italianos, embora também haja entre os detidos pessoas de nacionalidade espanhola, colombiana, venezuelana e chilena.
Em Barcelona e no interior, houve cerca de quinze ações. Uma delas foi na rua Tamarit, onde a polícia prendeu um casal. Os agentes também entraram em uma outra casa na rua Collserola, onde supostamente moravam os principais acusados.
A capital catalã é o epicentro dessa operação e um dos destinos preferidos pelos integrantes da máfia, que se mudaram para lá por causa da comodidade da proximidade da Itália e a possibilidade de passar despercebidos. O litoral catalão tem sido, tradicionalmente, um dos lugares escolhidos para lavar parte do dinheiro obtido com sua atividade criminosa.
ASSUNTA MADRE E OUTROS RESTAURANTES
A investigação da Audiência Nacional atingiu nesta quarta-feira vários restaurantes de Barcelona. Entre eles está o Assunta Madre da rua Provenza.
Os Assunta Madre constituem uma rede de restaurantes, de origem italiana, com estabelecimentos em Roma, Londres, Milão e Barcelona. Um de seus proprietários é Johnny Micalusi e sua filial de Roma se vangloria de ser local de passagem de várias celebridades da cidade. Micalusi foi preso na Itália em maio passado sob a acusação de lavagem de dinheiro. Depois de duas semanas, saiu em liberdade.
A polícia também atuou em um café na esquina da rua Pau Claris com Mallorca, o Café de Santa Lucía, onde uma pessoa foi presa, assim como em um outro restaurante italiano da rua Beethoven, o O’sarracino.
Segundo os dados da investigação, alguns desses locais eram usados para lavar o dinheiro obtido pelo grupo mafioso supostamente com o tráfico de drogas. Em entrevista coletiva na Itália, com a presença de autoridades espanholas, italianas e europeias, estas comemoraram o êxito da operação, coordenada pelos órgãos da Europol e da Eurojust.
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