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JBS supera Odebrecht e vai pagar maior multa da história por corrupção

Segundo acordo de leniência, desse valor, 2,3 bilhões de reais serão destinados a projetos de educação

A J&F Investimentos, controladora da companhia JBS, aceitou pagar 10,3 bilhões de reais em multa pelo seu papel no escândalo de corrupção que estremeceu os alicerces do Governo Temer em Brasília após a delação do dono da companhia Joesley Batista, que recebeu o perdão judicial. O total estipulado na negociação representa 5,62% do faturamento livre de impostos registrado pelas empresas do grupo em 2016.

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O acordo foi fechado na noite de terça-feira (30) pelos procuradores do Ministério Público Federal. Esta é a maior multa já fixada para um acordo de corrupção no mundo, ultrapassando os cerca de 8 bilhões de reais que o Grupo Odebrecht concordou em pagar no Brasil e Estados Unidos por seu papel como corruptora de políticos e funcionários públicos no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.

Em nota, a J&F informa que o pagamento será feito pela holding, controlada por Joesley e Wesley Batista, com o intuito de proteger os acionistas minoritários e garantir que os negócios do grupo prossigam em seu ritmo normal, preservando empregos e oferecendo produtos e serviços de qualidade.

“A J&F entende que o mecanismo de colaboração está permitindo que o Brasil mude para melhor. A Companhia reitera, também por meio deste acordo, seu compromisso de contribuir com a Justiça e o Ministério Público Federal no firme combate à corrupção“, informou.

Termos do acordo

O acordo da JBS inclui os fatos apurados nas operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca. Segundo a Procuradoria da República no Distrito Federal, o total a ser pago, R$ 8 bilhões serão divididos entre Funcef (25%), Petros (25%), BNDES (25%), União (12,5%), FGTS (6,25) e Caixa Econômica Federal (6,25%).

O restante da multa, R$ 2,3 bilhões, será pago por meio de projetos sociais, especialmente nas áreas de educação, saúde e prevenção da corrupção. "O prazo de pagamento foi fixado em 25 anos, sendo que, neste período, os valores serão corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)", informou a Procuradoria. Considerando a correção, a projeção é que o total a ser pago pela J&F, o chamado valor futuro, alcance cerca de R$ 20 bilhões.

Pelo acordo, os pagamentos deverão ser iniciados em dezembro de 2017 e todo o valor da multa ficará no Brasil, ao contrário do que aconteceu com os acordos realizados pela Lava Jato. De acordo com a Procuradoria, a multa da J&F representa representa mais que a soma dos valores que serão pagos por Odebrecht (3,28 bilhões de reais), Braskem (3,1 billhões de reais), Andrade Gutierrez (1 bilhão de real) e Camargo Corrêa (700 milhões de real).

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