_
_
_
_

PSB anuncia saída da base de Temer e outros três partidos discutem abandono

PSDB, DEM e PPS também cogitam se seguir no Governo, o qual pode perder 120 deputados

Aécio e Temer no dia 12 de maio.Vídeo: ERALDO PERES (AP)

A situação do presidente Michel Temer complicou-se neste sábado. Pela manhã, ele enfrentou o primeiro desembarque relevante de sua base no Congresso: o Partido Socialista Brasileiro (PSB) decidiu passar para a oposição, retirando da superbase do Governo seus 35 deputados e 7 senadores. O partido pediu a renúncia imediata do mandatário e afirmou que apoiará a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do deputado Miro Teixeira, que defende a realização de eleições diretas no caso da saída antecipada do presidente.

Mais informações
5% para Temer, o preço a pagar por uma decisão do CADE
JBS e o segundo mergulho profundo nas entranhas corruptas do Brasil
Com áudios de Temer e cerco a Aécio, Lava Jato se descola do rótulo anti-PT

Segundo o deputado Julio Delgado (PSB-MG), o seu partido deve obstruir as votações no Congresso, pois não há clima para votar nada neste momento. “Faremos obstrução das votações enquanto não votarem a PEC [das eleições diretas]”, disse ele. “O que a gente está deixando claro é que este sentimento de normalidade que o Governo está tentando passar não é verdadeiro”, ressaltou o deputado, que destacou que Temer perdeu as condições de governabilidade.

“Eu, como deputado, se chego na residência do presidente depois das 22h, me prendem e dão tiro no meu carro. Joesley entrou porque ele tinha uma relação com o presidente. Continuar no Governo é concordar com atos criminosos. O que várias empresas privadas fizeram foi privatizar o poder público pelo legislativo e Executivo”, ressaltou ele.

A debandada dos socialistas pode ser seguida ainda neste domingo por outros três partidos que, junto com o PMDB, são a espinha dorsal da gestão federal. São eles: PSDB, DEM e PPS. O PSDB tem a situação mais complicada para se decidir. Se concordar com a gravidade das delações, sepultará também o presidente licenciado da legenda, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Ele é um dos investigados sob a suspeita de receber 2 milhões de reais em propinas da JBS.

Os primeiros sinais de que os tucanos estão próximos de deixarem a gestão peemedebista foram dados pela direção estadual do PSDB do Rio. Em reunião neste sábado, a executiva estadual afirmou "que o presidente da República não dispõe de condições políticas e éticas para dissipar a grave instabilidade que impera no país e prosseguir liderando o processo de reformas que tanto necessitamos". Sugeriu a saída de seus quatro ministros do Governo, a renúncia de Temer e, se ele não o fizer, a assinatura de um pedido de impeachment.

O DEM e o PPS também devem fazer reuniões para discutir a saída do Governo. O primeiro tem alguns parlamentares rebeldes, como o senador Ronaldo Caiado, que defendeu inúmeras vezes a renúncia do presidente Temer. Já o PPS entregou um de seus dois ministérios, o da Cultura, e disse que por enquanto segue na base.

Se esses três partidos acompanharem os socialistas, Temer perderia praticamente toda a sua sustentação – sem contar com a influência das poucas lideranças de peso que ainda sustentam seu mandato. PSDB, DEM, PPS e PSB somam 120 deputados, 23 senadores e 7 ministros. Na quinta-feira passada, o PTC (que recentemente mudou o nome para Podemos e tem 13 deputados) anunciou que deixava a base.

Enquanto os aliados discutem o que fazer, os opositores aproveitam para lucrar em cima da crise alheia. Em programa eleitoral divulgado desde este sábado, o PT diz que o "Governo Temer acabou" e que é necessária a convocação de eleições diretas.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_