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Morre Chris Cornell, líder do Soundgarden e do Audioslave

Representante do artista, de 52 anos, diz que o falecimento foi súbito e inesperado

Xavi Sancho
Chris Cornell, durante um show do Soundgarden.
Chris Cornell, durante um show do Soundgarden.CORDON PRESS

Aos 52 anos, Chris Cornell já podia se considerar um sobrevivente da geração do grunge, talvez o último movimento total surgido na cultura popular antes da era da fragmentação e da ironia. O vocalista do Soundgarden foi achado morto nesta quarta-feira em seu quarto de hotel depois de um show da banda em Detroit. Na sexta-feira se apresentariam em Columbus, Ohio. As causas da morte ainda não são conhecidas. “Já perdi um monte de amigos jovens e brilhantes. Andy Wood, Laney Stanley e Jeff Buckley. E Kurt Cobain e Shannon Hoon, outro grande amigo, assim como Mike Starr”, declarou Cornell numa entrevista concedida dois anos atrás à edição australiana da Rolling Stone.

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Chris Cornell, nascido em 20 de julho de 1964, formou o Soundgarden em 1984. A banda foi uma das primeiras a assinar contrato com a Sub Pop, selo alternativo de Seattle que embalou quase todos os grupos formados nessa chuvosa cidade do noroeste dos EUA e que alcançariam o estrelato no começo da década seguinte sob o guarda-chuva do grunge, um movimento que a mídia apresentou como um antídoto cheio de niilismo e autenticidade aos excessos do rock oitentista.

Ao contrário de Kurt Cobain, Chris Cornell e o Soundgarden nunca pareceram especialmente predispostos a romper com o passado. Em 1990, seu álbum Ultramega OK foi indicado ao Grammy de melhor disco de metal, e dois anos mais tarde, já com o bem-sucedido Badmotorfinger nas ruas, a banda embarcou em uma longa turnê pelos EUA abrindo para o Skid Row, uma banda de hard rock que tinha muito mais em comum com o Guns N’Roses e o Aerosmith que com o Black Flag e o Pixies, referências mais habitualmente associadas à ética e estética grunge.

Cornell foi uma avis rara dentro do ecossistema de Seattle do começo da década de 1990. Era assim também na cena musical atual, porém não tanto pela forma como administrou sua carreira nos últimos anos, mas pelo simples fato de estar vivo. Diferentemente de Eddie Vedder, líder do Pearl Jam, que sempre preferiu o surfe à heroína, Cornell teve seus vícios – basicamente, o álcool – e suas depressões. Subiu e desceu, entrou e saiu do caminho do sucesso em infinitas ocasiões. Gravou uma canção para um filme de James Bond (Cassino Royale) e chegou a ser notícia até por cortar o cabelo. Foi a maior e mais longeva estrela do rock que surgiu do grunge, o movimento que iria acabar com o rock.

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