Senador Ted Cruz propõe ‘Lei El Chapo’ como opção para financiar muro de Trump
Ex-candidato conservador das primárias dos EUA defende apropriação dos bens do narcotraficante

O plano para financiar o famoso muro de Donald Trump continua sem definição. Nesta terça-feira, diante da oposição republicana e democrata no Congresso, o presidente foi obrigado a adiar a negociação do 1,4 bilhão de dólares que havia solicitado para iniciar a construção. Apesar da promessa feita nesse sentido por Trump durante sua campanha, o México continua afirmando que não pagará pela obra. Nesse cenário, Ted Cruz, um dos principais adversários de Trump no campo republicano, oferece uma alternativa: a apropriação dos bens de El Chapo, avaliados em 14 bilhões de dólares, para financiar o muro e a segurança na fronteira.
“Quatorze bilhões ajudariam bastante na construção do muro que manterá os norte-americanos a salvo e para conter o fluxo ilegal de drogas, armas e pessoas em nossa fronteira sulina”, disse Cruz nesta terça-feira ao defender sua proposta. O senador republicano pelo Texas, descendente de uma família de imigrantes cubanos, fez a proposta se apoiando em uma determinação já em vigor, feita pelo Governo do país, de apropriação dos recursos e propriedades do narcotraficante mexicano, extraditado para os EUA em janeiro.
Cruz é um dos poucos parlamentares republicanos procedentes dos Estados fronteiriços que apoia claramente a construção do muro no sul do país. Na semana passada, uma pesquisa mostrou que vários deputados e senadores de ambos os partidos consideram a barreira física uma medida inútil para solucionar a entrada ilegal de drogas e armas no país. Preferem uma solução “multifacetada e dinâmica” e, principalmente, menos custosa. Para o orçamento de 2017, Trump havia pedido 1,4 bilhão de dólares. Para 2018, planeja pedir mais 2,6 bilhões de dólares.
O presidente continua a insistir em sua promessa eleitoral mais insana: a de que o México é que irá pagar pelo muro. Ele voltou a falar dela no domingo, no Twitter, após algumas semanas de aparente harmonia entre Washington e a Cidade do México. Mas o fato é que, até agora, passados quase 100 dias de mandato, Trump ainda não explicou como fará para obrigar o país vizinho a arcar com esse custo. O Governo de Enrique Peña Nieto já se posicionou claramente, dizendo que não pagará.
Diante desse panorama incerto, a proposta de Cruz apresenta uma saída possível para o Governo de Trump, que vem afirmando que, se o México não pagar diretamente o muro, os EUA buscarão formas de arrecadar o valor por meio de taxações comerciais.
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