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Temer nega ter pedido propina a delator da Odebrecht, mas não rebate acusações de Janot

Presidente grava vídeo no qual admite reunião com executivo que o acusa de haver pedido 40 milhões de dólares

O presidente Michel Temer gravou um vídeo nesta quinta para rebater a acusação feita pelo delator Marcio Faria, ex-executivo da Odebrecht, de que ele teria negociado a entrega de propina de 40 milhões de dólares para o seu partido numa reunião em julho de 2010. Segundo Temer, a reunião aconteceu, mas não houve negociação sobre recursos para a legenda. “O que me causa repulsa é a mentira. É fato que participei de uma reunião em 2010 com um representante de uma das maiores empresas do país. A mentira é que nessa reunião eu teria ouvido referência de valores financeiros com a empresa e com políticos. Isso jamais aconteceu”, disse o presidente. “Jamais colocaria minha biografia em risco”, completou.

Marcio Faria era presidente da Odebrecht Engenharia Industrial quando teve contato com Temer, através do então deputado Eduardo Cunha. De acordo com o relato de Faria, o atual presidente da República sentou-se à cabeceira da mesa em que estavam também Cunha e o ex-ministro do Turismo, Henrique Alves, além de outro executivo da Odebrecht e o lobista do PMDB, João Augusto Henriques. Na ocasião, diz Faria, tratou-se de uma comissão sobre um projeto da Petrobras no valor de 5%, o equivalente a 40 milhões de dólares que ficariam com o partido.

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Temer negou o teor da reunião, mas não disse nada a respeito da acusação que foi feita pela Procuradoria Geral da República de que ele capitaneava um esquema de propinas para o PMDB da Câmara, e que seus atuais ministros, Eliseu Padilha e Moreira Franco, atuavam em seu nome para pedir recursos ilícitos.

As perguntas de Cunha

Durante o depoimento, Faria toma a decisão espontaneamente de falar sobre a reunião em que encontra Temer e Cunha. O delator faz, inclusive, menção às perguntas que o ex-presidente da Câmara tentou enviar a Temer sobre o caso, mas foram barradas pelo juiz Sérgio Moro porque foram  consideradas "inapropriadas" e tentativas de achaque. Na cadeia, o ex-poderoso peemedebista, eterna ameaça de homem-bomba do seu partido caso venha ser delator, viu sua primeiro ataque surtir efeito.

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