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Chuva de ovos contra Maduro durante ato público na Venezuela

Grupo atira objetos na direção do presidente durante o primeiro discurso feito por ele em público desde o início da onda de protestos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, teve de se retirar sob uma chuva de ovos e outros objetos contundentes de sua primeira aparição pública no país desde que teve início uma onda de protestos na semana passada. O evento ocorreu na noite desta terça-feira na localidade de San Félix, no Estado de Bolívar (sul do país), tradicional feudo eleitoral do chavismo, às margens do rio Orinoco.

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O presidente, que chegava de uma viagem a Cuba – onde participou, na noite de segunda-feira, da reunião do Conselho Político da Aliança Bolivariana dos Povos (Alba) –, estava no local para participar da comemoração do bicentenário da Batalha de San Félix, que libertou, em 1817, a região da Guiana da dominação espanhola.

O evento estava sendo transmitido em rede nacional de rádio e televisão. A transmissão foi interrompida abruptamente quando se viam, em um ângulo aberto, vários guarda-costas subindo no veículo aberto que transportava Maduro a fim de protegê-lo contendo ou desviando a trajetória dos objetos atirados em sua direção.

Vídeos amadores que circularam ao longo desta noite nas redes sociais mostram, de um outro ângulo, o momento em que objetos eram atirados a partir do público que cercava o veículo aos gritos de “Maldito!” e outros xingamentos.

Segundo versões não-oficiais, os agentes de segurança prenderam cinco pessoas no próprio local, incluindo dois menores, como supostas organizadoras da ação.

O episódio lembra um outro semelhante ocorrido em setembro passado na localidade de Villa Rosa, no Estado de Nueva Esparta, quando Maduro foi cercado por uma multidão que se manifestava contra seu Governo. O presidente teve de ser retirado apressadamente pela segurança. Em seguida, várias batidas foram efetuadas no lugar e gravações feitas com celulares foram reunidas. Bráulio Jatar, diretor do site Reporte Confidencial, que postou na Internet imagens do incidente, continua preso até hoje, sete meses depois de sua detenção.

Nesta terça-feira, o chavismo comemorava também uma outra efeméride de seu santuário revolucionário, pois se completavam 15 anos do golpe de Estado que, em abril de 2002, tirou o então presidente Hugo Chávez do poder por apenas 47 horas.

A oposição, por sua vez, anunciou, também nesta terça-feira, o cronograma de ações com as quais pretende manter acesa a ebulição das ruas de Caracas e outras cidades contra o Governo. Nesta quarta-feira, os simpatizantes da aliança oposicionista Mesa de Unidade Democrática (MUD) participarão das tradicionais procissões do Nazareno durante a Semana Santa; na quinta-feira, haverá uma outra passeata, agora na região oeste da capital, como um preâmbulo para a “mãe de todas as mobilizações”, que os setores da oposição preparam para o próximo dia 19 de abril.

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