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Atentado com um caminhão em Estocolmo causa quatro mortes

Primeiro-ministro Stefan Löfven diz que se trata de um "ataque terrorista". Há um detido

Policiais evacuam a zona do atentado em Estocolmo.
Policiais evacuam a zona do atentado em Estocolmo.Fredrik Sandberg (EFE)

O terror apareceu sexta-feira na capital sueca. Um caminhão invadiu uma das principais ruas comerciais de Estocolmo, a conhecida Drottninggatan, e atropelou uma multidão matando pelo menos quatro pessoas. “Existe um grande número de transeuntes feridos”, afirmou a Polícia. Pouco depois, o veículo, que foi roubado pela manhã, se chocou com a fachada da grande loja de departamentos Ahlens. O primeiro-ministro do país, Stefan Löfven, disse em sua conta no Twitter que “a Suécia foi atacada” e que tudo indicava ter sido um “atentado terrorista”. A Polícia cercou todo o centro da cidade e divulgou a imagem na qual se vê, ainda que não claramente, um homem encapuzado, de barba, calça azul escuro e camiseta branca que supostamente está relacionado com o ataque. Um homem vinculado ao ataque foi detido, segundo a polícia.

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“Estou trancada no escritório e estou com muito medo”, relata por telefone com voz trêmula Hanna S., uma sueca de 31 anos que trabalha na mesma rua em que o caminhão acelerou e iniciou sua investida, aterrorizando a multidão que costuma se reunir nesse ponto da capital nas tardes de sexta-feira. É uma ladeira cheia de cafés, terraços e padarias artesanais. “Estávamos trabalhando e de repente ouvimos muito barulho e gritos. Quando olhamos pela janela vimos marcas de pneus no chão e muito caos. Um pouco mais tarde, um colega viu uma grande coluna de fumaça” resultado do impacto do caminhão contra o centro comercial. Corremos para verificar na Internet e logo ficamos sabendo o que aconteceu”, conta a moradora.

As imagens dos primeiros momentos do ataque divulgadas pela edição digital do jornal Aftonbladet são apavorantes. Entre os gritos dos moradores é possível ver um caminhão movendo-se rua abaixo à grande velocidade e levantando muita poeira em seu caminho. Os transeuntes se esquivavam como podiam e olhavam incrédulos a terrível cena. Nas imagens é possível ver várias pessoas, talvez feridas, estendidas no chão. “Existem vários mortos e um grande número de feridos”, informaram por telefone os serviços de segurança suecos. As equipes de emergência receberam as primeiras ligações de alerta às 14h53 hora local (9h53 de Brasília). A Polícia “está trabalhando intensamente” para esclarecer o ocorrido, declararam por telefone os serviços de segurança do país escandinavo.

O autor do ataque de Estocolmo em uma imagem divulgada pela polícia sueca
O autor do ataque de Estocolmo em uma imagem divulgada pela polícia suecaAP

Na tarde de sexta-feira o caminhão percorreu várias centenas de metros dessa rua comercial e terminou por bater em uma das esquinas da loja de departamentos Ahlens. E justamente na parte de baixo da loja se encontra a estação de metrô T-Centralen, autêntico eixo central dos transportes da cidade pelo qual passam todas as linhas de metrô e que também se conecta com a estação central de trens. O serviço de metrô e o de trem estão suspensos, de acordo com as autoridades metroviárias. Além disso, as forças de segurança pediram à população para que fique em casa e não se aproxime do centro da capital. Por conta da suspensão do transporte público, milhares de pessoas precisaram voltar para suas casas a pé. O tráfego da ponte que liga a Suécia à Dinamarca também foi fechado, de acordo com as autoridades.

O caminhão, de considerável comprimento, utilizado no ataque terrorista pertence a Spendrups, uma conhecida marca de cerveja. O veículo foi roubado por um homem que retirou à força o motorista pouco antes do ataque. Em uma entrevista coletiva realizada pouco depois das 17h30 (12h30 de Brasília), a Polícia divulgou a imagem de um homem de barba, casaco e capuz cobrindo-lhe a cabeça que está sendo procurado e pediu a ajuda a população. “Não encontramos a pessoa ou as pessoas que dirigiam o caminhão. E não sabemos se é um fato isolado ou faz parte de vários acontecimentos relacionados”, concluiu a Polícia.

Por volta das 17 horas, a zona central de Estocolmo continuava paralisada. “Pela janela vejo policiais com coletes à prova de bala e capacetes”, relata Hanna, no lugar do atentado. “Toda vez que alguém sai dos hotéis e escritórios é obrigado a regressar.” Durante toda a tarde, grupos de intervenção da polícia percorriam, fuzil em punho, a labiríntica rede de túneis que compõem a estação central, que esvaziavam por completo. Um grande grupo de clientes que nesse momento se encontravam nas dependências da loja foi obrigado a permanecer no local enquanto a situação era esclarecida e se averiguava se o caminhão não continha nenhuma carga perigosa.

Outra testemunha do atentado, Dimitris, declarou ao jornal local Aftonbladet que estava na rua comercial quando um caminhão “saiu do nada”. Viu pelo menos duas pessoas sendo atropeladas. “Corri o quanto pude”, relatou. Duas outras pessoas presentes no local do ataque disseram a uma emissora nacional de televisão que o caminhão deu um giro e entrou na rua “a toda velocidade”. “Corremos para ajudar as pessoas feridas (...). Socorremos duas pessoas, mas uma delas morreu.”

A Comissão Europeia condenou o atentado. Seu presidente, Jean-Claude Juncker, demonstrou sua solidariedade à Suécia. “Um ataque contra um Estado membro é um ataque contra todos nós”, disse no Twitter. “Mostramos nossa solidariedade com as pessoas da Suécia. As autoridades do país podem contar com o apoio da Comissão na forma que for”, declarou.

Um centro comercial atacado pela segunda vez

Drottninggatan é uma rua comercial que une o bairro de Norrmalm com Gamla Stan, uma ilha central onde se encontra a cidade velha, principal destino turístico da capital sueca. Nessa rua há lojas das principais marcas de moda, hotéis e muitos escritórios. Durante as tardes de sexta-feira os funcionários costumam deixar seus postos de trabalho um pouco mais cedo que o habitual e as aglomerações, pouco frequentes no restante da cidade, estão na ordem do dia.

Não é a primeira vez que essa rua é alvo de um atentado. Em 2010, Taimour Abdulwahab al-Abdaly, um cidadão sueco de origem iraquiana, morreu em um atentado suicida com explosivos. Naquela ocasião o artefato detonou com falhas, causando sua morte instantânea, a apenas cem metros da sede do Instituto Cervantes de Estocolmo. Apesar de não ter havido mortes a lamentar, os cálculos de especialistas indicavam que esse atentado fracassado poderia ter matado dezenas de pessoas. O ataque desta sexta-feira ocorreu somente duas semanas depois que um terrorista jogou um veículo contra uma multidão na ponte de Westminster, em Londres, causando a morte de três pessoas. Depois, apunhalou e matou um policial que tentava impedi-lo de entrar no Parlamento. Nesta sexta-feira, morreu uma mulher que durante o ataque caiu no rio Tâmisa e estava gravemente ferida. O terrorista Khalid Masood foi abatido.

A Noruega se rearma

A Polícia das grandes cidades norueguesas e os agentes que patrulham o aeroporto da capital, Oslo, portarão armas até nova ordem, segundo informaram as forças de segurança do país nesta sexta-feira, em um tuíte. A medida foi tomada horas depois que um caminhão foi lançado contra uma área comercial e atropelou uma multidão em uma rua central de pedestres em Estocolmo.

Como consequência desse “ataque terrorista”, de acordo com o primeiro-ministro sueco, quatro pessoas morreram e “muitas” ficaram feridas, segundo as forças de segurança confirmaram a este jornal.

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