Jean Wyllys obtém vitória e se livra de suspensão por cuspir em Bolsonaro
Conselho de Ética da Câmara decide, por 9 a 4, que pena de deputado do PSOL é advertência verbal
O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu não suspender o deputado Jean Wyllys (PSOL) no processo de quebra de decoro parlamentar que ele respondia por cuspir em Jair Bolsonaro (PSC). O relatório de Ricardo Izar (PP), que pedia sua suspensão por até 120 dias, foi rejeitado por nove votos a quatro. No lugar, Wyllys recebeu uma advertência.
A confusão entre o deputado do PSOL e Bolsonaro ocorreu no dia da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), no ano passado. Segundo Wyllys, que é homossexual, o cuspe ocorreu após o polêmico colega o insultar com termos como “queima rosca”, “bichinha” e “veadinho”. Isto teria acontecido depois que o deputado do PSOL se declarou contrário ao afastamento da petista. Pouco antes, Bolsonaro havia se declarado favorável ao processo contra Rousseff e dedicado seu voto ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que torturava militantes de esquerda na ditadura militar. O deputado do PSC também foi questionado pela fala no Conselho de Ética, sob acusação de que teria apologia ao crime de tortura, mas seu caso acabou arquivado, por 11 votos a 1, porque o relator entendeu que ele não poderia ser "censurado".
URGENTE: VENCEMOS!
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) April 5, 2017
O parecer do relator no Conselho de Ética, que pretendia suspender o nosso mandato, acaba de ser derrotado por 9 a 4. pic.twitter.com/imSz4trKMt
Bolsonaro, que fez sua acusação contra o colega no Conselho de Ética, disse que o gesto de Wyllys foi premeditado. Ele chegou a apresentar um vídeo à Comissão com legendas mostrando que, em uma fala inaudível com Chico Alencar (PSOL), Wyllys teria dito “vou cuspir na cara do Bolsonaro, Chico”. Mas uma perícia da Polícia Civil do Distrito Federal, feita no final do ano passado, constatou que o material apresentado pela acusação era falso.
A defesa do deputado do PSOL pedia o arquivamento do caso, mas não foi acatada. Os deputados entenderam que Wyllys deveria receber uma advertência verbal pelo ato. Ele pode recorrer, mas afirma que não o fará. "Vou acatar a decisão do Conselho de Ética, mas considero que justo mesmo seria o arquivamento. Era um processo baseado em um vídeo comprovadamente fraudulento", disse o deputado ao EL PAÍS. "Não me julgaram por cuspir na cara dessa figura nefasta que me difama há seis anos, mas como uma retaliação política", ressaltou ele, que destacou que a decisão foi uma "vitória do campo progressista".
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