_
_
_
_
Editoriais
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

A única saída da Venezuela

Maduro deve libertar imediatamente os presos políticos e convocar eleições presidenciais com observadores internacionais

El País
Protesto em Caracas contra o Governo de Maduro.
Protesto em Caracas contra o Governo de Maduro.FEDERICO PARRA (AFP)

Libertação imediata de todos os presos políticos e realização de eleições presidenciais sob observação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Esta é a única saída viável que resta ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para corrigir a dupla violação das normas constitucionais que protagonizou na semana passada e que é resultado direto da maneira autoritária que o chavismo tem de conceber o poder.

Mais informações
Mercosul pressiona Venezuela com a cláusula democrática
Chavismo recua da tentativa de fechar Parlamento na Venezuela

A primeira aconteceu em 29 de março, quando o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela, que ele controla, anunciou que assumia todos os poderes da Assembleia Nacional, democraticamente eleita e com maioria da oposição. Ou seja, Maduro anulou o poder Legislativo. A segunda, quando horas mais tarde e diante do clamor interno e externo que denunciava um golpe de Estado incruento, Maduro “exortou” o tribunal a reverter sua decisão, coisa que, naturalmente, este o fez. Ou seja, a presidência forçou o Judiciário a mudar uma resolução que momentos antes o próprio Maduro considerava plenamente legal e justificada. Contradição em estado puro que evidencia o que resta da separação de poderes e do Estado de Direito na Venezuela e a impunidade com que age o regime.

É preciso ressaltar que não houve reversão alguma. A Assembleia Nacional foi privada de suas funções pelo chavismo muito antes de o Tribunal Supremo anunciar a apropriação de suas funções. Desde 11 de janeiro do ano passado a presidência e o poder Judiciário, ou seja, o situacionismo chavista, consideram nula sua atuação. A sentença revogada do Tribunal Supremo foi apenas o último prego no caixão do sistema democrático de separação de poderes.

Maduro não esperava encontrar uma resposta tão contundente, especialmente do âmbito internacional e menos ainda de um fórum multilateral como a OEA, que tem poder para executar medidas diretas contra o regime. Não se trata — no entanto — de punir os venezuelanos, que já sofrem uma escassez sem precedentes na história do país, mas de permitir-lhes expressar livremente sua opinião sobre o futuro do seu país. E isto passa indefectivelmente pela realização de eleições em liberdade, com garantias e sem coações.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_