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Argentinos se revoltam contra a FIFA por causa da suspensão de Messi

Ex-jogadores e jornalistas esportivos falam de complô contra a seleção no caminho para a Rússia

Lionel Messi leva as mãos à cabeça durante a partida contra o Chile.
Lionel Messi leva as mãos à cabeça durante a partida contra o Chile.prisa

A decisão da FIFA de suspender Lionel Messi de quatro dos últimos cinco jogos da seleção argentina nas eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2018 se tornou imediatamente o assunto do dia na Argentina, como ficou claro nas redes sociais e nos meios de comunicação. Muitos imediatamente recordaram a punição imposta a Diego Maradona na Copa de 1994, nos EUA, quando o astro argentino imortalizou a frase “Me cortaram as pernas”, e que terminou com a Alviceleste eliminada pela Romênia. As teorias conspiratórias estão na ordem do dia nas últimas horas em Buenos Aires, e ninguém esquece os antecedentes recentes: a intervenção de Zurique na Associação do Futebol Argentino (AFA) e a decisão de tirar pontos da seleção boliviana, o que comprometeu parcialmente as chances dos comandados de Bauza de chegarem à Copa da Rússia-2018. O fato de a suspensão do camisa 10 ter sido anunciada apenas cinco horas antes do começo do jogo em La Paz também enfureceu os torcedores argentinos. Sem Messi, os portenhos perderam para a Bolívia por 2 x 0, dificultando ainda mais a classificação ao Mundial do ano que vem.

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“Se Messi não jogar, há risco de não nos classificarmos para a Copa da Rússia. Eu já iria vendo jogadores para 2022”, afirmou o ex-treinador César Luis Menotti, campeão mundial pela Argentina em 1978. “Acho que quatro rodadas é um disparate”, opinou o Flaco. “Há agressões que são terrivelmente mal intencionadas, mas isto é algo verbal”, acrescentou, referindo-se aos insultos de Messi ao árbitro assistente ao final do jogo contra o Chile, na semana passada. Questionado sobre aquele jogo, admitiu que “a Argentina não jogou bem – a seleção se debate entre jogar bem e ganhar”. “Substituir Messi é impossível”, observou, “mas a Argentina tem 500 jogadores aqui (jogando no país) e 150 na Europa. Se nós não temos jogadores, não sei quem pode ter”. E concluiu: “Vamos à Rússia, precisamos estar seguros. É impossível pensar que a Argentina não consegue armar um time para ir à Copa. Inclusive a coloco como candidata [ao título], entre os três primeiros. Os outros não estão jogando para achar que vão nos eliminar”. Norberto Alonso, ídolo do River Plate e integrante do elenco que ganhou a Copa em casa em 1978, avaliou: “Era certeza que isso ia acontecer, mas a Argentina já jogou sem Messi”.

A fúria dos hinchas argentinos tem a ver com a demora da FIFA em anunciar a punição, tomada por iniciativa própria, que deixa o principal astro do time fora de quatro das cinco rodadas restantes nestas eliminatórias. Muitos acreditam, porém, que o recurso da chamada comissão normalizadora, que administra temporariamente a AFA, poderia reduzir a pena para dois jogos. Se a suspensão atual for mantida, o 10 só voltará a campo pela seleção na partida final, contra o Equador.

A repercussão alcançou as esferas oficiais. O presidente Mauricio Macri escreveu no Twitter: "Hoje precisamos estar mais juntos que nunca. Um abraço para Leo e toda a equipe. Vamos, Argentina!". Foi surpreendente que seu homólogo boliviano, Evo Morales, também tenha se somado ao repúdio pelo ocorrido. "Não compartilho da sanção à Argentina. Algo conheço de futebol, a infração foi contra #Messi. Minha solidariedade ao melhor futebolista do mundo", publicou o mandatário.

O mundo do jornalismo também repercutiu a polêmica decisão. O argentino Martín Caparrós se perguntou no Twitter: “Tanto poder tem o Barça? A suspensão de Messi é a melhor coisa que podia lhe acontecer: o deixa fresquinho para o fim de temporada. E a Argentina?". Outro que opinou foi o experiente Horacio Pagani, quem escreveu “Ai, Deus! Deram a sanção máxima possível a Messi. 4 RODADAS! Haverá recurso. Mas agora se necessita uma epopeia para ir à Copa”. A conta do narrador Pollo Vignolo publicou: “Que loucura! 4 rodadas sem Messi. Desprotegidos totalmente”. As chances da Argentina de chegar à Rússia já estavam comprometidas e, com esta notícia, são muitos os que veem a eliminação muito próxima. É preciso confiar no otimismo de Bauza e esperar para ver quanto a suspensão afetará um elenco que, para o jogo e para o seu estado de ânimo, precisa do craque do Barcelona. Neste momento, a seleção alviceleste ocupa a quinta posição das eliminatórias, com 22 pontos, posição que leva a equipe à vaga da repescagem da Copa do Mundo.

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