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Presa segunda suspeita da morte de Kim Jong-nam

A mulher, com passaporte indonésio, foi presa com o namorado

Macarena Vidal Liy
Kim Jong-Nam escoltado por um policial no Japão, em 2001.
Kim Jong-Nam escoltado por um policial no Japão, em 2001.Itsuo Inouye (AP)

A Malásia prendeu uma segunda suspeita no novelesco caso da morte de Kim Jong-nam, o irmão mais velho do líder supremo norte-coreano Kim Jong-un, em Kuala Lumpur. A nova suspeita, presa com seu namorado nas primeiras horas da madrugada de quinta-feira, dia 16 de fevereiro, portava um passaporte indonésio que a identifica como Siti Aishah, de 25 anos. Como a primeira detida, foi identificada a partir das imagens das câmeras de segurança do aeroporto da capital malaia, onde, segundo os serviços secretos sul-coreanos, Kim foi envenenado.

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As duas deveriam ter se apresentado nesta quinta-feira perante um juiz, segundo a agência de notícias malaia Bernana, mas o depoimento ficou marcado para daqui uma semana para permitir que a Polícia continue interrogando-as.

A primeira suspeita tinha sido presa na quarta-feira no aeroporto quando tentava tomar um voo para sair do país. Usava um passaporte vietnamita que dava seu nome como Doan Thi Huang e, como data de nascimento, maio de 1988. As imagens do circuito fechado de televisão divulgadas pela polícia, tiradas quando esperava um táxi supostamente depois de ter atacado Kim, mostram uma jovem de cabelo comprido e traços asiáticos. Aparece vestida com minissaia e camiseta branca de manga longa na qual se leem as letras “LOL” (abreviatura da expressão em inglês “laughing out loud”, “morrendo de rir”).

A Polícia malaia procura quatro homens vistos em companhia das duas detidas, segundo o jornal local The Star.

O corpo de Kim está no Kuala Lumpur Hospital, depois de ter sido submetido a autópsia por sete horas na quarta-feira. Os resultados não foram divulgados.

O irmão de Kim Jong-un morreu na segunda-feira depois que, segundo a versão da Polícia, alguém se aproximou dele por trás e espirrou um líquido. Começou a se sentir mal e sofrer convulsões. Uma ambulância o levou a um hospital, mas já chegou morto.

Segundo os serviços secretos sul-coreanos, os agentes da Coreia do Norte já tinham planejado matar Jong-nam, que andava com guarda-costas

Filho do líder norte-coreano Kim Jong-il, e da atriz Song Hye-rim, Jong-nam caiu em desgraça depois de tentar entrar no Japão com um passaporte dominicano falso, depois de ter passado a maior parte de sua vida no exterior, principalmente em Macau, para onde tentava se dirigir no dia de sua morte. Apesar de ter sempre afirmado que não tinha interesse na política, Jong-nam se pronunciou publicamente contra o fato de que seu irmão herdasse o controle da Coreia do Norte e tinha chegado a vaticinar que seu mandato não duraria muito.

Segundo os serviços secretos sul-coreanos, os agentes da Coreia do Norte já tinham planejado matar Jong-nam no passado. O irmão do Líder Supremo temia por sua vida, segundo declararam seus amigos na Malásia: “Sempre tinha medo de ser assassinado, por isso sempre vinha com guarda-costas”, afirmou ao The Star o sul-coreano Alex Hwang, proprietário de um restaurante que Jong-nam costumava frequentar em Kuala Lumpur.

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