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Favorito na eleição francesa, Macron diz num comício que não é gay

Candidato centrista responde a rumores das redes sociais e pede respeito para sua mulher

Emmanuel Macron, em um ato celebrado ontem.
Emmanuel Macron, em um ato celebrado ontem.Chesnot (Getty Images)
Carlos Yárnoz

Muito deve ter mudado a República Francesa para que a vida sexual de seus dirigentes seja usada como munição eleitoral. O país está envolvido há semanas em boatos e inúmeros rumores amplamente repercutidos pelas redes sociais. Nenhum meio de comunicação sério havia feito eco deles, mas a situação mudou quando um dos protagonistas se sentiu obrigado a enfrentar abertamente a intriga.

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Não havia outra saída porque os protagonistas são nem mais nem menos do que o candidato favorito para chegar ao Eliseu, o ex-ministro Emmanuel Macron, e o presidente-executivo da Radio France, Mathieu Gallet. Durante semanas, os fofoqueiros espalharam que Macron tinha um envolvimento amoroso com Gallet.

Dizia-se até que alguma das chamadas revistas de celebridades estava prestes a publicar essa história para deleite das mentes maliciosas e doentias. Pois então, cansado de tanta farsa, o próprio Macron sentiu-se obrigado a vir a público num comício no teatro Bobino em Paris.

“Se dizem que tenho uma vida dupla com Mathieu Gallet, é o meu holograma que, de repente, fugiu, mas não pode ser eu”, lançou com humor, mas certamente também cansado de tanto palavrório. Nem com ele nem com outro, acrescentou depois. Com humor, mas também magoado, porque, como disse, a fofoca é “muito desagradável” para a esposa, Brigitte Trogneux.

O casal já é assunto de piadas pesadas por causa da diferença de idade entre ele, de 39 anos, e ela, de 58, que foi professora do agora candidato de seu bem-sucedido partido, En Marche!. “Garanto a vocês que compartilho toda a minha vida com ela, de manhã até a noite”.

Brigitte, de fato, está habitualmente no quartel-general da campanha de Macron. Depois das entrevistas com jornalistas, ela costuma ir até eles para se despedir.

Não é a primeira vez que Macron enfrenta publicamente esse tipo de falatório. Em novembro, e durante uma entrevista, ele mesmo abordou a questão para dizer que não tem uma vida dupla e que dedica suas principais energias “para a vida familiar e conjugal”.

“Estamos sendo atacados por todos os lados”, costuma repetir Macron em seus comícios. E com argumentos muito baixos, como se vê.

A mesma baixeza está presente na propagação de outros rumores sobre a vida íntima do candidato conservador François Fillon. Mas, como neste caso o escândalo dos salários oficiais irregulares recebidos por sua esposa já faz barulho suficiente, todo o resto foi para um terceiro plano. Por enquanto.

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