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Ter Stegen não arrisca tanto com os pés em seu primeiro clássico

Goleiro parece ter moderado a dificuldade do primeiro passe, consolidando a segurança defensiva antes do clássico

Jordi Quixano
Ter Stegen, em um treinamento desta semana.
Ter Stegen, em um treinamento desta semana.Manu Fernandez (AP)

O Camp Nou entoou o sobrenome de Marc-André Ter Stegen para apoiá-lo depois que ele cometeu um pênalti a favor do Celtic na Champions – para logo defender o chute. Ninguém duvidava do goleiro, que jogava de titular do Barcelona no lugar de Bravo (contratado pelo City porque ambos não quiseram alternar uma temporada com as competições), pois todos apostavam no impulso da juventude, num presente e num futuro promissor. Pudera: com o alemão no gol, o time conquistou uma Champions e duas Copas do Rei. Agora, num duelo fundamental para o Campeonato Espanhol, ele vai jogar contra o Real Madrid, adversário que nunca enfrentou.

Mas este não é o melhor ano de um Ter Stegen que parece ter perdido um pouco de determinação. Já não arrisca tanto na saída de bola, depois de errar um passe e dar um gol de presente para o Celta. “Se não fosse por minha falha, poderíamos ter ganhado. É minha culpa e sinto muito”, disse o goleiro, revelando que falaria com José Ramón De la Fuente (treinador de goleiros) para melhorar. A comissão técnica e os jogadores o isentaram de responsabilidade, mas desde então Ter Stegen não sai tanto com os pés. No último jogo contra o Real Sociedad, por exemplo, realizou 21 tiros de meta. Antes não passava de uma dúzia. Mas foi o que lhe pediu Luis Enrique ante a pressão adversária, que dificultou os passes na saída de bola. No clássico com o Real, contudo, espera-se que a pressão seja menor. Os merengues devem esperar mais para trás.

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“Tivemos dificuldade para responder ante o Real Sociedad”, dizem os jogadores do vestiário azul-grená. “Mas sabemos que sempre podemos contar com Marc para jogar saindo de trás.” Piqué afirma que o goleiro deve continuar arriscando: “Ele nos ajuda muito para sair com superioridade e nos dá muito mais do que nos tira.” Umtiti completa: “É um goleiro que dá pontos.” Rakitic também opina: “E é muito importante para tirar a bola.” Uwe Camps, seu mentor e ainda treinador de goleiros no Borussia Mönchengladbach, também se manifesta: “Com os pés ele é extraordinário, pois eu só sabia chutar para frente. E embora normalmente tenha sucesso fazendo isso, às vezes assume muitos riscos que não o ajudam.” O goleiro responde: “É minha forma de entender o futebol. Tento não arriscar, mas às vezes saio assim porque é importante para o nosso jogo.” Mas parece que essa sua ideia agora ficou mais moderada.

Os integrantes do time dizem que Ter Stegen está feliz no clube e na cidade. Ele que aos poucos a percorre em busca de edifícios atraentes porque sua namorada estuda arquitetura. “Nos passeios, muita gente me apoia e me ajuda. As pessoas me tratam bem, o que agradeço muito”, disse ele semanas atrás. “Não temos dúvida de que é um dos melhores goleiros do mundo e o melhor para nós”, dizem fontes do Barça. “E poucos têm uma cabeça tão boa para assumir a pressão e aceitar os erros.”

Ter Stegen tem no Barcelona o que sempre quis. “Gosto dessa situação mais do que antes. Agora tenho ritmo. Eu me sinto mais confortável e assim posso aprender.” Isso também serviu para que ele não arrisque tanto – algo fundamental contra o Real, que castiga os erros como ninguém.

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