Leitura dos nomes das 130 vítimas rompe o silêncio de Paris
Hollande inaugura sete placas nos lugares atacados, há um ano, pelos jihadistas
Há um ano, Paris e toda a França entraram em uma nova era: a do medo e terror, ao se encontrarem na linha de frente da guerra. As ruas da capital do país se tingiram de vermelho com o sangue das 130 pessoas assassinadas por vários ataques jihadista comandados de maneira conjunta. Os nomes de cada uma das vítimas, em sua maioria jovens que aproveitavam a noite para se divertir, retumbaram na manhã de domingo com uma dramática força, para que sua memória nunca seja apagada.
“Viva a tolerância, viva a inteligência, viva a França”. Esta frase, proferida hoje, serviu para concluir o único discurso realizado na comemoração de um ano dos atentados. Tais palavras foram entoadas pelo filho da primeira vítima, Manuel Dias, um migrante português que estava perto do Stade da France – no dia do jogo entre França e Alemanha.
Tenso, mas sereno, o jovem recordou que, naquela noite, escutou que três homens-bomba haviam explodido nas proximidades do estádio parisiense, mas que se sentiu aliviado ao saber que apenas uma pessoa havia morrido. “Nada voltou a ser como antes” quando descobriu que a vítima fatal era seu pai, afirmou o jovem. Para Dias, “a única solução” para o problema do terrorismo que assola a França reside na “tolerância, na inteligência e na educação dos jovens”.
Em cada um dos sete lugares atacados pelos jihadistas há um ano figura, desde domingo, uma placa com os nomes dos que perderam a vida. Diante de parentes, amigos e outras vítimas que conseguiram sobreviver aos ataques, o presidente do país, François Hollande, e a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, inauguraram os monumentos. Para cumprir uma expressa determinação das associações de familiares, o chefe de Estado abriu mão de realizar qualquer tipo de discurso, assim como já tinha feito na noite anterior. “Já não somos como antes”, se limitou a comentar Hollande pouco antes da apresentação de Sting na emblemática casa de espetáculos Bataclan, convertida no símbolo do massacre.
No local, onde três jihadistas suicidas mataram 90 pessoas, Hollande inaugurou, por volta das 11h (8h de Brasília), a sétima e última placa. Depois, cada um dos nomes dos que foram assassinados no Bataclan, lidos em voz alta, soaram como 90 golpes aos sentimentos dos que os escutavam. Em seguida, um minuto de silêncio, esse em que Paris mergulhou naquela noite de 13 de novembro de 2015, e que ainda não foi quebrado.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.